Esse tema é recorrente para uma enorme
diversidade de livros, palestras e treinamentos. As teorias que tratam do
assunto também são diversas. Algumas delas dizem o seguinte: A motivação para o
trabalho é um estado de espírito positivo, que permite ao indivíduo a
realização das tarefas do cargo e de seu pleno potencial. É o combustível
interior para se enfrentarem os desafios da função e da organização, e reflete
a paixão com que o indivíduo exerce uma missão, obtendo a satisfação quando os
objetivos são alcançados. Há, porém, um consenso de que uma das fontes de maior
efeito na motivação é a participação, isto é, a possibilidade da pessoa colaborar,
de participar, de se sentir importante e útil dentro do ambiente organizacional.
Muitas vezes, ocorre um conflito entre
a personalidade do indivíduo e a organização. Exemplo quando o empregado ingressa
na empresa levando consigo disposição para realizar, inovar e de progredir. Infelizmente,
essa potencialidade nem sempre é estimulada, sendo comum o indivíduo ter seus
passos tolhidos em decorrência das limitações e exigências da própria estrutura
formal ou ainda por um chefe ou colega inseguro e invejoso. Apesar de tudo, sempre
que me perguntam sobre motivação, diminuo a responsabilidade do ambiente
organizacional e transfiro a maior parte para a conta de cada indivíduo. O fato
é que a verdadeira motivação deve surgir primeiramente em cada um de nós. Somos
nós que devemos criar as oportunidades, as condições e as ações para nos
automotivar. É claro que ocorrem situações que nos desanimam. No entanto,
devemos fortalecer nossa capacidade intelectual, física e espiritual, a fim de
superar tais momentos.
Gosto muito de um conto que relata as
diferenças de uma águia e uma galinha, direcionado para a questão da motivação.
A história relata o seguinte: Era uma vez um ovo de águia que se soltou do
ninho e veio rolando montanha abaixo. O ovo parou bem dentro de um galinheiro,
justamente ao lado dos ovos de uma galinha. A galinha, com seu espírito
maternal, recolheu o ovo junto aos seus. Cuidou dele, aqueceu e chocou. Nasceram
então cinco lindos pintinhos e outro diferente. Todos foram crescendo e se
criando como galinhas e galos. Naquela vidinha de sempre, corriam pelo quintal,
ciscavam atrás do galo pai, aprontavam umas traquinices e saiam correndo pra
baixo das asas da mãe.
Um belo dia, passando por ali um
naturalista e observando aquelas aves, notou a águia no meio das galinhas.
Intrigado, ele foi lá conversar com a águia: - Ei, você ? Psiu! Vem cá! O que
você está fazendo aqui? Você já reparou que você não é uma galinha? - Por que
você diz isso? Eu nasci aqui, cresci aqui, me criei aqui. Que história é essa?
- Você não é uma galinha. Você é uma águia. Águia? Eu? – É!. Uma águia. – Você tá louco!.
Eu não sou águia. Eu sou uma galinha. Veja. Eu não sei voar. Eu vivo no
galinheiro. Meus irmãozinhos são todos pintinhos e eu adoro comer milho e
minhoquinhas. Como é que eu posso ser uma águia? - Você é uma águia. - Não, sou
não. – É sim. Quer ver?
O naturalista pegou a pequena ave e a
levou para cima do telhado. E disse: - Vou lhe mostrar que você é uma águia. E
a atirou lá de cima. A pequena avezinha deu três cambalhotas no ar e se
espatifou no chão. Machucou as perninhas. Ficou toda ralada. Xingou até a
terceira geração do naturalista. - Miserável! Tá doido? Tá querendo me matar?
Eu não disse que não era uma águia! O naturalista não desistiu. Pegou novamente
a ave e a levou para o alto da árvore mais alta que encontrou e jogou de novo a
ave lá de cima. Novamente ela deu três cambalhotas no ar, uma pequena planada e
outra batida no chão. Desta vez ela ficou desesperada. Tentou fugir do louco de
todas as maneiras. Correu atrás de proteção, mas não teve jeito.
O naturalista era
determinado. Mais uma vez ele conseguiu pegá-la e desta vez a levou para o topo
da montanha mais alta da região. O coração da águia estava uma verdadeira
bateria de escola de samba. Seus olhos nem se abriam de tanto medo. De novo o
lançamento. A vertigem da queda. A morte era e iminente. De repente, em um
ímpeto de coragem e instinto. Aqueles momentos em que a natureza fala mais alto.
A águia abriu as asas e imediatamente começou a planar. Seu coração voltou a um
ritmo mais moderado. Criou coragem e começou a bater asas. No inicio, de forma
desajeitada e incômoda. Depois de forma graciosa e segura, como se ela sempre
soubesse voar. Feliz ela foi cada vez mais alto, cada vez mais longe e flutuou
leve e contente em direção ao sol. Finalmente, ela alcançou seu destino.
Finalmente, ela desabrochou e encontrou sua vocação. Finalmente, ela se tornou um
ser que já existia dentro dela. Finalmente, ela se tornou um ser completo. Portanto,
falar de motivação é primeiramente entender que tudo depende apenas de você
mesmo superar suas limitações. É você o responsável pelo seu sucesso e
felicidade.