Como um profissional / professor
mestre pode transmitir conhecimento para outras pessoas? Como obter resultados
efetivos na relação mestre e aprendiz? Vale a pena ser professor nos dias
atuais? Qual a função do professor em sala de aula? Essas perguntas são
questões que ficaram em minha mente por algum tempo, principalmente depois que
recebi a outorga do título de Mestre. Na ocasião, vivi a mesma emoção e
satisfação que em minhas primeiras conquistas acadêmicas, desde o 2º grau
técnico, passando pela graduação e pela especialização-MBA.
Primeiramente, em respeito aos
leitores do meu blog, gostaria de fazer uma breve explicação das competências atribuídas
ao Profissional com o título de Mestre em Engenharia de Produção, a minha área
de estudo no mestrado. Em linhas gerais, o Mestre em Engenharia da Produção se
dedica a pesquisa e ao gerenciamento de projetos de produtos e processos, bem
como à gerência da melhoria de sistemas produtivos integrados de bens e
serviços, envolvendo pessoas, materiais, equipamentos, tecnologia, informação e
ambientes, visando também à melhoria da produtividade do trabalho, da qualidade
do produto e da saúde e bem estar das pessoas. Esta última se refere à
influência da atividade laboral na saúde do trabalhador e sua influência nos
resultados organizacionais.
Compete-nos, ainda, especificar,
prever e avaliar os resultados obtidos dos sistemas para a sociedade e o meio
ambiente. Para tal, recorre a conhecimentos da matemática, física, ciências
humanas e sociais, conjuntamente com os princípios e métodos de análise e
projeto da engenharia de manufatura. Essa área do conhecimento é de extensa
aplicabilidade e diversidade de interesses, portanto, caracteriza-se muito bem
como uma área prioritária para o desenvolvimento do nosso país. A capacidade em
contribuir com métodos, aliada à preocupação na abordagem multidisciplinar dos
problemas, permite o desenvolvimento de um profissional com elevada capacidade
analítica, interpretativa e de visão sistêmica. Portanto, são estes os
profissionais que atuam de forma ampla e sistêmica em vários ramos da atividade
pública, privada e de serviços.
Ser hoje um profissional com o
título de Mestre significa estar profundamente comprometido com a missão de
cultivar o saber nas pessoas, seja nas escolas ou nas empresas, contribuindo
decisivamente para a formação de cidadãos e profissionais preparados para
contribuir para o desenvolvimento do país e a sobrevivência das organizações
frente a competitividade global cada vez mais feroz.
Sabemos que é extremamente
honroso e gratificante receber um título, pois satisfaz grandemente nosso ego.
Ocorre que os motivos que nos levam a buscar continuamente um degrau a mais é
com certeza e, sem demagogia, o benefício próprio de realizar e de conquistar.
Portanto, o que queremos de fato é aumentar nossos ganhos financeiros e também
proporcionar a nós mesmos a auto realização, natural de qualquer ser humano.
Ocorre que nesta insaciável
vontade de ter e ser, nós também devemos colocar em nossos corações mais um
desafio que talvez seja o maior deles. É o de usar a titulação não somente para
suprir nossas necessidades de autorealização, mas também como uma forma de
contribuir com o processo de aprendizado das pessoas.
Vejamos como exemplo a situação
atual do país que é extremamente carente de mão-de-obra especializada. Fato
este comprovado facilmente pela enorme demanda não atendida proveniente das
áreas da construção civil e também das indústrias eletroeletrônicas,
metalmecânica e de plásticos. Em alguns casos, ocorre uma migração de
profissionais de uma região para outra a fim de suprir a demanda.
Desta forma, faz-se necessário
que profissionais com títulos de Mestrado e Doutorado possam cada vez mais
contribuir para o desenvolvimento da educação das pessoas de forma autêntica. O
título conquistado não é somente para ajudar a vencer uma competitividade
profissional cada vez mais feroz, mas também para que nós possamos contribuir
para que outras pessoas possam exercer a cidadania de forma plena.
Acredito fortemente que a
educação é um dos caminhos mais importantes para corrigir as enormes diferenças
entre as classes sociais. Portanto, instruir e capacitar é a missão maior dos
Mestres. É como afirma o dicionário para o significado desta palavra, que
traduz da seguinte forma: homem que ensina; professor; aquele que é perito ou
versado numa ciência ou arte; que é superior a; grande; extraordinário.
Com a titulação de Mestre, o
profissional agrega mais conhecimento e estratégias para estimular o aprendiz
ao estudo e assim alcançar a sua maior meta que é transformar o antigo leigo em
uma pessoa que aprende, que pensa e passa a adquirir, fixar, relacionar e
aplicar os novos conhecimentos na solução dos problemas cotidianos. Afinal, as
empresas contratam as pessoas para resolver problemas. Entretanto, esse desafio
não é somente do Mestre, mas também do aprendiz que precisa desenvolver a
atenção, disciplina, humildade, inteligência, motivação, necessidade, prazer,
rotina, suor, tempo, vontade e ética.
Nesse contexto, alguns
componentes básicos da técnica de estudar também são necessários para que
aconteça o desenvolvimento do aprendiz, tais como:
O primeiro é a leitura. Estudar
exige sempre o ato de ler. Portanto, é muito importante que as leituras sejam
feitas com qualidade. As dicas para essa atividade são: procure conhecer o
material da leitura (autor, estilo, organização); faça uma primeira leitura
rápida, sem a preocupação inicial de aprofundar compreensão; tenha sempre um
dicionário à mão. Utilize-o em caso de dúvida de vocábulo; depois leia com mais
calma, com a finalidade de compreender; sublinhe ou anote as ideias-chave e
procure construir significados para o que estiver lendo.
O segundo é participar das aulas.
No processo de ensino e aprendizagem, o momento da aula deve ser sagrado. O
professor capacitado e motivado, o aluno interessado, ativo e participante são
os grandes artistas que fazem o processo acontecer. As dicas para essa
atividade são: assiduidade e pontualidade; preparação das aulas; saber escutar
o professor e seguir suas orientações; participação e apontamentos.
O terceiro é os resumos e
esquemas. Os resumos e esquemas são muito úteis quando se pretende uma boa
revisão do que foi estudado. Quais as principais semelhanças e diferenças entre
resumo e esquema? Nas semelhanças: os resumos e esquemas identificam
ideias-centrais; localizam os conceitos envolvidos; apontam exemplos
mencionados. Nas diferenças: o resumo tem a sua estrutura na forma de uma
pequena redação, com a essência do texto; o esquema é construído por meio de
setas, chaves e colchetes.
O quarto é a pesquisa. A pesquisa
é um modo de enriquecer um tema com novas informações. Diversifique a
quantidade de fontes. Internet, livros, revistas e jornais constituem
excelentes meios de consulta para aquisição de mais conhecimento. Esse caminho
abre horizontes para diferentes ideias na construção de argumentações e
opiniões. Quais as principais etapas para elaborar um bom trabalho de pesquisa escolar?
Defina o tema a ser pesquisado; temas transversais são excelentes para a
realização de trabalhos interdisciplinares, em grupo; indique fontes
confiáveis; plano de filtragem e organização; estude a interpretação do texto;
atenção a redação do texto; discuta a apresentação do trabalho em equipe.
O quinto é a avaliação. A
avaliação é um caminho eficiente para que o professor e o aluno possam corrigir
erros e avançar no caminho do conhecimento. Existem diferentes instrumentos que
permitem aferir se objetivos traçados foram atingidos e metas alcançadas. É
preciso considerar aspectos quantitativos e qualitativos em um processo
avaliativo.
Já para os professores mestres,
quais são os principais cuidados a se considerar em um processo de avaliação?
São eles: o intervalo de tempo entre checagens de aprendizado não deve ser
longo; o acompanhamento contínuo é mais importante que avaliações contínuas; o
fator surpresa da aplicação de uma avaliação é viável para manter a
regularidade de estudo; é necessário um ajuste de nível entre as avaliações e
atividades realizadas com os aprendizes e as questões de uma avaliação devem
apresentar níveis diferentes de complexidade.
Atualmente, na educação superior,
e principalmente nos cursos de pós-graduação voltados ao mercado de trabalho, o
professor deve exercer um papel de facilitador. O professor é o responsável por
criar um ambiente de ensino-aprendizagem proativo que possibilita a troca de
experiências, conhecimentos e informações entre mestre e alunos. Trata-se de
uma via de mão-dupla onde todos fazem parte do processo e agregaram valor ao
todo.
As experiências, as lições de
vida e de trabalho que surgem nesse tipo de ensino-aprendizagem é muito mais
importante que os próprios conteúdos programáticos, pois não é a quantidade de
conhecimento que faz a diferença nos dias de hoje. O que faz a diferença é a
quantidade de conhecimento que conseguimos aplicar e transformar em resultados,
ou seja, o diferencial é o saber como fazer, que surge por meio das atitudes e
habilidades desenvolvidas e que garantem a aplicação do conhecimento e
resultados almejados.
Por fim, deixo com vocês duas
mensagens para reflexão. São mensagens que resumem tudo o que foi escrito em
simples frase. São elas: “Aprender é a única coisa de que a mente nunca se
cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende” – Leonardo da Vinci. "Nós somos
aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, portanto, não é um ato, mas um
hábito" – Aristóteles.