A palavra
alemã ‘takt’ serve para designar o compasso de uma composição musical,
tendo sido introduzida no Japão nos anos 30 com o sentido de ‘ritmo de
produção’, quando técnicos japoneses estavam a aprender técnicas de fabricação
com engenheiros alemães (Shook, 1998).
O takt-time é
definido a partir da demanda do mercado e do tempo disponível para produção; é
o ritmo de produção necessário para atender a demanda. Matematicamente, resulta
da razão entre o tempo disponível para a produção e o número de unidades a
serem produzidas.
O takt-time é
o tempo alocado para a produção de uma peça ou produto em uma célula ou linha.
A ideia de ‘alocação’ de um tempo para produção pressupõe, naturalmente, que
alguém ‘aloca’; o takt-time não é dado, absoluto, mas sim
determinado. Pondere-se
que a conceituação geral anterior tem limites. É preciso esclarecer que a
empresa pode realizar opções tanto quanto aos níveis de atendimento da demanda
como aos de utilização da capacidade, o que ali não está explicitamente
contemplado.
A
compreensão desses limites leva à necessidade de ampliação do conceito. Uma
definição mais adequada parece ser a seguinte: takt-time é o
ritmo de produção necessário para atender a um determinado nível considerado de
demanda, dadas as restrições de capacidade da linha ou célula.
Concretamente, o takt-time é o ritmo de produção alocado para
a produção de uma peça ou produto em uma linha ou célula, com a diferença que
se reconhece explicitamente nesta definição que o ritmo eventualmente
necessário pode não ser suportado pelo sistema de produção.
À
luz dessa formulação teórica surgem outras questões conceituais, precisamente
no que tange à compatibilização da demanda com a capacidade. Na seção seguinte,
esclarece-se o conceito de tempo de ciclo, explicando-se como é exatamente esse
que limita o takt-time. A amarração entre Função Processo e Função
Operação é visualizada nessa articulação e ilustrada quando debatidas as
relações entre os mesmos.
A
vinculação dessa questão com o Planejamento e Controle da Produção é importante
de ser explorada, de forma a evitar que o sistema, mesmo tendo condições
globais de atender à demanda, não seja sobrecarregado em momentos de pico e
tenha seu funcionamento abalado.
Feitas
essas diferentes considerações, o takt-time pode
ser legitimamente entendido como o tempo que rege o fluxo dos materiais em uma
linha ou célula. Logo, é fundamental salientar que o conceito de takt-time está
diretamente relacionado com a Função Processo, na medida em que trata do fluxo
dos materiais ao longo do tempo e espaço.
Um
lembrete importante, sob uma perspectiva operacional, é que o tempo disponível
para produção não é necessariamente igual à duração do expediente. Em situações
reais, deve-se descontar os tempos de paradas programadas, tais como manutenção
preventiva dos equipamentos, paradas por razões ergonômicas etc. Sendo assim,
pode-se afirmar que:
• Tempo disponível para produção = período de trabalho – paradas programadas
• Tempo disponível para produção = período de trabalho – paradas programadas
Nesse
contexto, em uma linha de produção, a cada intervalo definido pelo takt-time,
uma unidade deve ser terminada. Por exemplo, para uma linha de montagem de
automóveis com demanda diária de 300 unidades e tempo disponível para produção
de 10 horas (600 minutos), o takt-time será de 2 minutos. Ou
seja, a cada 2 minutos deve sair um carro pronto no final da linha.
Outro
exemplo de calculo de Takt Time: TT = Tempo disponível em 1 turno de trabalho
em segundos, dividido pela demanda do cliente proporcional a um turno de
trabalho. Exemplo: Demanda mensal de 27.720 produtos, em 22 dias úteis
resultará em uma demanda diária de 1.260 produtos, a serem produzidos em 3
turnos resultará em 420 produtos por turno. Com turnos de 8 horas de trabalho,
sendo 1 hora para almoço, teremos 7 horas disponíveis para produção. Portanto
TT = 7h/turno x 3600s/h / 420 prod/turno = 60 s/produto.