Segundo os pioneiros Richard Cantillon
(1755) e Jean-Baptiste Say (1800) empreendedor é uma pessoa que decide tomar o
risco de investir o seu próprio dinheiro em empreendimentos. Para J. Schumpeter
(1978) o empreendedorismo está associado à inovação, quando o mesmo afirma que:
“a essência do empreendorismo está na percepção e aproveitamento das novas
oportunidades no âmbito dos negócios; tem sempre que ver com a criação de uma
nova forma de uso dos recursos, em que eles sejam deslocados do seu emprego
tradicional e sujeitos a novas combinações”.
Schumpeter complementou ainda dizendo
que o empreendedor era responsável por processos de “destruição criativa”, que
resultavam na criação de novos métodos de produção, novos produtos e novos
mercados. Desta forma, pode-se dizer ainda que o empreendedor não é somente
aquele que estabelece uma nova empresa, mas também aquele que cria e melhora
processos, serviços e produtos, mesmo dentro de uma organização. Esse conceito foi
introduzido por Pinchot (1985), quando o mesmo caracterizou como o
intra-empreendedor, isto é, uma pessoa empreendedora dentro da organização a
que pertence.
Na verdade, não há uma regra ou norma
que identifique um empreendedor. Contudo, vários pesquisadores já escreveram
sobre algumas características destes indivíduos, tais como: são aptos em identificar
e explorar oportunidades; criam e/ou melhoram produtos, serviços e processos;
pensam “fora da caixa”; conseguem ver os problemas e soluções que outros não
percebem; assumem riscos calculados; são ousados na forma planejada e prudente;
não desistem; sabem perfeitamente seus pontos fortes e oportunidades de
melhoria; agem de forma proativa e não reativa; aprendem continuamente; são
perseverantes; são automotivados; possuem a autogestão; são competitivos; são
flexíveis; são criativos e muitas outras características. Vale ressaltar que
não é possível reunir todas essas características em uma só pessoa. Portanto, o
empreendedor de sucesso é aquele capaz de reunir o máximo de características em
si próprio.
Para o Global Entrepreneurship Monitor – GEM (2013), os empreendedores
podem ser classificados da seguinte forma: Os empreendedores nascentes - são
aqueles que estão envolvidos na estruturação de um negócio do qual são
proprietários, mas que ainda não pagou salários, pro-labores ou qualquer outra
forma de remuneração aos proprietários por mais de três meses. Os
empreendedores novos – são aqueles que administram e são proprietários de um
novo negócio que pagou salários, gerou pro-labores ou qualquer outra forma de
remuneração aos proprietários por mais de três e menos de 42 meses. Esses dois
tipos de empreendedores são considerados empreendedores iniciais ou em estágio
inicial. Os empreendedores estabelecidos – são aqueles que administram e são
proprietários de um negócio tido como consolidado, que pagou salários, gerou
pro-labores ou qualquer outra forma de remuneração aos proprietários por mais
de 42 meses (3,5 anos).
O GEM ainda identificou a motivação
para a atividade empreendedora, que são: Os empreendedores por necessidade – aqueles
que iniciam um empreendimento autônomo por não possuírem melhores opções de
ocupação, abrindo um negócio a fim de gerar renda para si e suas famílias. Os
empreendedores por oportunidade – aqueles que identificaram uma chance de
negócio e decidem empreender, mesmo possuindo alternativas de emprego e renda. O
GEM também analisou várias informações que permitem identificar características
dos empreendimentos, como por exemplo, novidade dos produtos ou serviços,
concorrência, orientação internacional, expectativa de criação de ocupações
para os próximos cinco anos e idade da tecnologia/processos.
Para o Brasil, as
pesquisas identificaram que 40 milhões de brasileiros, entre 18 e 64 anos, estão
envolvidos com a atividade empreendedora. Além disso, verificou-se também o
aumento da proporção de empreendedores por oportunidade, o que reflete uma
decisão mais planejada em relação à opção pelo empreendedorismo, aumentando a
probabilidade de sucesso do negócio. O estudo revelou também que, pela primeira
vez no Brasil, a proporção de mulheres empreendedoras superou a proporção de
homens (52,2% contra 47,8%). Contudo, o estudo revelou os baixos percentuais de
novidade nos produtos e serviços, além da baixa perspectiva de geração de
empregos nos próximos cinco anos. Vale lembrar que toda a pesquisa está
diretamente relacionada com a condição econômica e politica do Brasil.