A Meritocracia já é usada a tempos por organizações tipo exército, igreja e desde que as sociedades humanas
começaram a se formar. Esse termo foi cunhado por Michael Young (1958) através
do livro “Levantar da Meritocracia”. Ele apresentava o termo de forma
pejorativa retratando uma sociedade na qual as posições sociais seriam definidas
pelo Quociente de Inteligência e pelo nível de esforço de seus indivíduos.
De
uma forma resumida, pode-se dizer que é um sistema que estabelece o mérito (fez
por merecer – resultado entregue) como o principal critério para que as pessoas
alcancem o sucesso desejado, por exemplo, crescimento na hierarquia
organizacional. No sistema político, temos o capitalismo como maior exemplo, no
qual as empresas privadas são as pioneiras nesse sistema de reconhecimento do
esforço dos colaboradores.
No ambiente organizacional privado as
posições hierárquicas são definidas com base no merecimento, ou seja, sempre
atrelada a algum indicador de desempenho quantitativo. Em outros casos, é
possível também fazer uso de indicadores qualitativos, tais como as avaliações
de desempenho que consideram níveis conceituais, recomendações e indicações dos
pares, chefes e colaboradores. Na área pública, a partir de Getúlio Vargas, associado
a um novo Estado Burocrático, inicia-se a implementação do modelo de méritos para
formar o quadro de funcionários, a partir dos concursos públicos.
Neste contexto, observa-se que a meritocracia
não é aplicada de modo absoluto, pois se considera também outros critérios, principalmente
para as posições estratégicas. Desta forma, é comum uma pessoa alcançar uma
posição maior ou vaga aberta por meio da indicação e recomendações, além dos
requisitos de mérito. Portanto, entende-se que a meritocracia deve sim ser
usada como uma das bases para a tomada de decisão, além de outras competências
subjetivas.
Outro ponto, também muito discutido
atualmente, trata sobre a efetividade da aplicação do sistema de méritos na construção
de uma sociedade igualitária. Muitos críticos acham que os dois modelos sejam
incompatíveis. Exemplo das cotas para entrar nas universidades. Nesse caso, entende-se
que o mérito é desconsiderado e ainda proporciona uma igualdade ilusória
(apenas na estatística). Portanto, nivelando por baixo e não por cima (conhecido
por “lei do mínimo esforço”).
Para exemplificar melhor essa polêmica
cito a seguinte experiência: Uma universidade americana disse que nunca havia
reprovado um só aluno, até que certa vez reprovou uma classe inteira. Essa
classe em particular havia insistido que o socialismo realmente funcionava: com
um governo assistencialista intermediando a riqueza ninguém seria pobre e
ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.
O professor então disse: "Ok,
vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro,
usaremos suas notas nas provas". Todas as notas seriam concedidas com base
na média da classe, e, portanto, seriam “justas”. Todos receberão as mesmas
notas, o que significa que, em teoria, ninguém será reprovado, assim como
também ninguém receberá um "A". Depois de calculada a média da
primeira prova todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou
indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o
resultado.
Quando a segunda prova foi aplicada,
os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de
qualquer forma. Já aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram
que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Como resultado,
a segunda média das provas foi "D". Ninguém gostou. Depois da
terceira prova, a média geral foi um "F".
As notas não voltaram
a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, a busca por culpados
e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A
busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações,
inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No
final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala.
Portanto, todos os alunos repetiram aquela disciplina.
Para a total surpresa o professor
explicou: "O experimento socialista falhou porque quando a recompensa é
grande o esforço pelo sucesso individual é grande". Mas quando o governo
elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros para dar aos que não
batalharam por elas, então ninguém mais vai tentar ou querer fazer seu melhor.