A manutenção deixou de ser uma simples
atividade de reparo para se tornar um meio essencial para o alcance dos objetivos
e metas das organizações. Devido as constantes paradas dos equipamentos que causam
grandes impactos nos custos totais das operações, o planejamento da manutenção se
torna uma função importante na estratégia organizacional.
Originalmente, a palavra manutenção deriva
do latim mantenus tenere, ou seja, manter aquilo que se
tem. Atualmente, trata-se de uma combinação de ações e gestão aplicada ao ciclo
de vida de máquinas, equipamentos e bens. Essa definição está relacionada com
os diversos cuidados técnicos indispensáveis para uma melhor confiabilidade. Os
tipos mais comuns de manutenção são: Manutenção Preventiva, Manutenção Corretiva
e Manutenção Preditiva.
A preventiva envolve atividades de
planejamento prévio e a execução de tarefas periódicas realizadas de forma
sistemática, tais como: inspeções gerais, substituição de componentes, lubrificação
e limpeza. Estas intervenções são definidas e executadas por especificação do fabricante
e ou com base em dados que são proporcionais à deterioração do equipamento.
A corretiva somente é efetuada após a
ocorrência de uma falha ou quebra. É destinada a colocar um equipamento em
condições de executar uma função requerida. Essa modalidade é a que acarreta os
maiores custos associados à perda de produção, uma vez que as paradas são
inesperadas e não há a possibilidade de efetuar um planejamento eficiente.
A preditiva é um conjunto de atividades
especiais (ex: análise e medição de vibrações, termografia, análise de óleo,
etc.) com o objetivo de monitorar máquinas e equipamentos em serviço. Sua
finalidade é tentar predizer as falhas e antecipar mudanças no estado físico
que exijam serviços de manutenção e assim agir com a antecedência necessária
para evitar quebras ou estragos maiores.
Outra estratégia de manutenção especial
é a Manutenção Produtiva Total (MPT). Trata-se de uma estratégia de manutenção
projetada para maximizar a eficiência e a eficácia dos equipamentos, estabelecendo
um completo sistema de manutenção da produção. Portanto, envolve todo o
relacionamento e a sinergia entre as funções organizacionais e assim promovendo
a manutenção produtiva por meio de um gerenciamento motivacional e voluntário
em pequenos grupos da operação e da manutenção.
Com o surgimento da indústria
aeronáutica, desenvolvem-se os primeiros estudos da análise de confiabilidade devido
o risco da atividade, uma vez que acidentes podem acarretar em fatalidades. A confiabilidade
mencionada se define pela capacidade de utilização de um equipamento em realizar certas funções sem a ocorrência de problemas durante um determinado período de
tempo. Outra definição afirma que a confiabilidade é uma ferramenta que visa
garantir o bom funcionamento do equipamento em decorrência do tempo de uso e
dos fatores que podem influenciar o desempenho.
O fato é que a maioria das
organizações gasta entre 10% a 12% do orçamento geral na manutenção de seus
equipamentos. No entanto, quando as empresas decidem utilizar uma metodologia pró-ativa, com programas apropriados de manutenção e serviços planejados, reduzem-se
os custos em 25% ou menos. Portanto, ao longo da vida de um equipamento, os
custos de operação e manutenção podem ser superiores em até seis vezes o custo original do
próprio equipamento.
Na aviação, segundo o Centro de
Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), os acidentes da
aviação civil estrangeira no Brasil e aviação nacional no mundo, possuem
crescentes taxas. Neste contexto, os erros de manutenção estão presentes em aproximadamente
12% dos maiores acidentes aeronáuticos no mundo. O CENIPA ainda informa que no período
entre 2003 a 2012, a razão manutenção foi o fator contribuinte presente em quase que 20% dos acidentes aeronáuticos.
A realidade é que
todos os equipamentos e sistemas mecânicos, elétricos e eletrônicos estão
sujeitos à degradação das condições normais de operacionalidade e
confiabilidade com o decorrer do tempo. Daí a importância da atividade de
manutenção para repor estas condições de utilização. Portanto, a estrutura de
planejamento e controle da manutenção possuem um papel fundamental na estratégia
organizacional, fazendo com que os técnicos trabalhem de forma planejada e para que os recursos sejam aplicados de forma correta e no momento adequado,
garantindo assim a disponibilidade das máquinas e equipamentos necessários para
garantir o resultado e a segurança desejada.