
“O saber é cognitivo e o fazer é
emocional." Essa frase, à primeira vista simples, revela uma profunda
verdade sobre o comportamento humano nas organizações e, por consequência,
sobre os desafios enfrentados pelas empresas em seus processos de transformação,
liderança e execução de estratégias.
No ambiente corporativo, o
"saber" está associado ao domínio técnico, ao conhecimento adquirido,
à capacidade de compreender processos, dados, metas e diretrizes. É o universo
da cognição, onde raciocinamos, planejamos e estruturamos ideias. Saber o que
precisa ser feito, por que deve ser feito e como deve ser feito é fundamental.
No entanto, esse saber, por si só, não garante a ação
É no "fazer" que
muitas empresas se deparam com um abismo silencioso. Agir exige mais do que
compreensão racional. Envolve engajamento, pertencimento, motivação e,
sobretudo, emoção. Entram em cena a coragem para mudar, a resiliência frente às
dificuldades, a confiança nos líderes e a crença de que vale a pena investir
energia na execução. Em outras palavras, enquanto o saber reside na mente, o
fazer pulsa no coração.
Por isso, não basta treinar,
informar ou capacitar colaboradores apenas com foco em conteúdo técnico. É
preciso criar conexões emocionais genuínas com os objetivos organizacionais. As
pessoas se movem por propósito, reconhecimento, cultura e sentido. Líderes que
entendem isso conseguem mobilizar times para além da obrigação, cultivando
engajamento real e sustentável.
Empresas que prosperam são
aquelas que, além de disseminar conhecimento, sabem nutrir emoções positivas
nos seus ambientes. Elas compreendem que a performance não nasce apenas do
saber, mas da vontade de transformar esse saber em ação.
Nesse contexto, transformar
conhecimento em comportamento é o grande desafio da gestão contemporânea.
Porque, no final das contas, o verdadeiro diferencial competitivo não está
apenas em saber o que fazer, mas em fazer o que precisa ser feito, com emoção,
com sentido e com alma.