domingo, 29 de dezembro de 2019

OEE – Eficiência Geral (ou Global) do Equipamento ou Máquina



O OEE (Overall Equipment Effectivences) ou Eficiência Geral (ou Global) do Equipamento ou Máquina foi originalmente concebido dentro do sistema de gestão da manutenção desenvolvido pela Toyota e que é conhecido como TPM ou (Total Productive Maintenance) ou Manutenção Produtiva Total. O OEE se aplicava no início a máquinas na linha de produção onde os próprios operadores eram treinados para fazer algumas tarefas de manutenção que no modelo tradicional (americano) era de responsabilidade exclusiva da equipe de manutenção. Desde então, OEE passou a ser a forma mais difundida de medir a eficiência na área industrial.
O Japan Institute of Plant Maintenance (JIPM) oficializou como calcular o OEE, a intenção do JIPM foi ter um índice que pudesse servir para todas as indústrias japonesas e que permitisse servir de referência para avaliar se uma máquina esta funcionando corretamente ou se a queda do índice indica que talvez seja necessário fazer algum tipo de manutenção para que a máquina volte a ter a eficiência original.
Com o tempo o OEE passou a designar não só a eficiência de uma máquina, mas também de um conjunto de máquinas, ou de uma linha de produção ou mesmo de uma planta de produção inteira.
O JIPM criou então o conceito de World Class OEE, que são plantas produtivas e eficientes que possuem o índice OEE igual ou acima a 85%, e concluiu que a média da maioria das empresas japonesas da época tinham um OEE em torno de 60%.
Mas, afinal de contas, como é calculado o OEE? Para calcular o OEE é necessário medir 3 índices de máquinas, linhas, células: Disponibilidade, Desempenho e Qualidade. São valores percentuais de cada índice que compõem o OEE.
O cálculo do OEE é feito simplesmente multiplicando estes 3 índices. Parece fácil não é? É, a conta é fácil, o difícil é obter esses dados com confiabilidade, porque também não adianta nada ter um índice que não seja confiável e além do mais, muitas ações na produção são em tempo real, de que adianta saber que no ano passado ou no mês passado a empresa não foi eficiente se o problema já foi resolvido semana passada.
Vamos detalhar cada um destes índices:
1. Disponibilidade
Corresponde ao quanto a máquina (ou as máquinas e linhas de uma planta) estão disponíveis para serem utilizadas. Por exemplo, uma máquina injetora foi instalada recentemente na planta e a intenção é que sejam injetados produtos durante 2 turnos de 8 horas, sendo assim a disponibilidade da máquina são de 16 horas diárias, caso a máquina fique indisponível por qualquer razão nesse período (qualquer parada não planejada) o índice de disponibilidade não será mais de 100%.
2. Desempenho
Representa o quanto a máquina produz em relação a capacidade de produção desta mesma máquina. Por exemplo, no caso da injetora, vamos supor que o tempo padrão, ou o tempo definido para produção, é de 200 peças por minuto para um determinado produto. Se a produção for inferior a esse valor o desempenho não será de 100%. Mas como é possível medir o desempenho?
Existem basicamente três formas:
• Manual: A contagem da produção é feita pelo operador ou as vezes com alguém exclusivo para anotar o produção de um setor, e se faz a anotação, por exemplo de hora em hora. Esses valores são totalizados por um funcionário que lança as informações, em muitos casos em uma planilha Excel, e gera relatórios com gráficos coloridos que são impressos e apresentados em um local de informações na produção.
• Manual com coleta direta na produção: É disponibilizado um ou mais computadores, tablets, ou outro meio de comunicação com o sistema de controle de OEE, e os operadores informam diretamente ao istema as ocorrências da produção como produtos produzidos, paradas, refugos, etc. Digitando essas informações sem a interferência de um outras pessoas.
• Automático: A contagem da produção e do refugo, a identificação de parada e outras informações são coletadas automaticamente por um coletor dados conectado a sensores ou a CLPs na máquina ou linha. omo os dados são coletadas em tempo real, os índices de OEE também odem ser apresentados aos operadores em tempo real.
3. Qualidade
Não adianta ter alta disponibilidade e alto desempenho se os produtos estão sendo produzidos com defeitos e sendo refugados. O terceiro índice que compõe o OEE é a qualidade do produto. Uma forma é utilizar o conhecimento do operador para informar se um produto está sendo produzido com qualidade, outra forma é a análise de amostragem por lote, nesse caso a medição não é totalmente em tempo real.
O sistema de gestão de OEE pode sinalizar ao analista de qualidade quando é o momento para que a avaliação de lote seja feita. O índice de OEE é então, matematicamente, formado pela multiplicação dos 3 índices: OEE = Disponibilidade x Desempenho x Qualidade
Vamos supor então que uma empresa tenha os seguintes índices:
• Disponibilidade: 88% - existem algumas paradas nas máquinas com problema, mas parece um bom índice;
• Desempenho: 85% - em função das quebras e dos desgastes nas máquinas, o desempenho é de 85 % mas ainda assim parece bom;
• Qualidade: 97% - a qualidade do produto é afetada por causa dos problemas de máquinas com defeito, mas afinal de contas e quase 100% de qualidade.
Parecem números bons, mas qual seria o OEE dessa empresa? O índice de OEE nesse caso seria: OEE = 0,88 x 0,85 x 0,97 = 0,72
Apesar de parecer que individualmente os números não são tão ruins, o índice de 72% de OEE não é tão bom assim. O JIPM definiu os seguintes valores mínimos para uma empresa ser considerada World Class.
• Desempenho deve ser no mínimo 95%
• Disponibilidade acima de 90%
• Qualidade deve ser de pelo menos 99%
Com esses números individuais, o OEE obtido seria: OEE = 0,90 x 0,95 x 0,9999 = 0,855
Isso mostra que atingir 85% de OEE implica em uma gestão muito apurada de cada máquina, linha, célula, operadores, equipe de manutenção, enfim não é algo muito simples de se atingir sem as ferramentas adequadas.
Fonte: E-book OEE na Prática