A Teoria da Conformidade, de Solomon
Asch, na década de 1950, explora como e por que os indivíduos ajustam seus
comportamentos, opiniões e crenças para se alinharem aos padrões sociais,
especialmente quando confrontados com a pressão de um grupo. A conformidade
refere-se à mudança de comportamento ou crença para se adequar às normas
sociais ou expectativas do grupo.
Os principais elementos dessa
teoria são: As normas sociais são regras e expectativas implicitamente aceitas
em uma sociedade ou grupo. Elas influenciam o comportamento, as atitudes e as
crenças dos indivíduos. A conformidade é um exemplo de influência social, que
pode ocorrer de duas formas principais: conformidade normativa e a conformidade
informativa.
A conformidade normativa se refere
ao desejo de ser aceito e evitar rejeição ou conflito. Os indivíduos se
conformam para se encaixar no grupo, mesmo que discordem internamente. A conformidade
informativa se refere à aceitação de informações ou opiniões do grupo como
corretas. Os indivíduos podem se conformar porque acreditam que o grupo possui
conhecimento ou é mais experiente.
Diversos fatores podem
influenciar o grau de conformidade, como a coesão do grupo, a presença de um
líder de opinião, a cultura social e a ambiguidade da situação. Em geral,
grupos maiores têm mais influência na conformidade do que grupos menores. No
entanto, existe um ponto em que a adição de mais membros ao grupo não aumenta
significativamente a conformidade, conhecido como "efeito de
saturação".
Vale ressaltar que nem todos
os indivíduos se conformam automaticamente. Alguns resistem à conformidade,
demonstrando independência ou mantendo suas opiniões originais. Asch também
distinguiu entre conformidade pública (quando as pessoas concordam
publicamente, mas discordam internamente) e conformidade privada (quando as
pessoas realmente aceitam as crenças do grupo).
Para investigar a influência
da pressão do grupo nas escolhas individuais, Asch desenvolveu um interessante
experimento. O experimento foi projetado para examinar até que ponto os
participantes se conformariam com a opinião da maioria, mesmo que essa opinião
fosse claramente incorreta.
O experimento ocorreu assim: os
participantes eram recrutados para o estudo como um teste de percepção visual. Em
cada sessão do experimento, havia um participante real e vários outros que
estavam cientes do experimento e instruídas a dar respostas combinadas.
No primeiro momento, as
participantes viam duas cartas. Na primeira carta, havia uma linha de
referência e, na segunda, três linhas, uma das quais correspondia em
comprimento à linha de referência. Após a visualização das linhas, a tarefa era
simples: os participantes deveriam indicar qual das três linhas na segunda
carta correspondia à linha de referência na primeira carta.
Nesse momento, as pessoas já
escolhidas e combinadas davam respostas antes do participante real. Em algumas
rodadas, os combinados davam respostas corretas, mas em outras, todos eles
concordavam em escolher uma linha errada e que era claramente mais curta ou
mais longa do que a linha de referência.
O participante real ficava em
uma posição para responder depois dos combinados. O que se constatou foi que o
participante real se conformava com a resposta da maioria do grupo, mesmo que
essa resposta fosse objetivamente incorreta.
Nesse contexto, os resultados
do experimento de Asch revelaram que, em média, cerca de um terço dos
participantes se conformavam com a opinião da maioria em pelo menos metade das
tentativas. A conformidade observada foi frequentemente atribuída à pressão do
grupo, indicando uma forma de conformidade normativa. Portanto, concluiu-se que
os participantes não queriam se destacar ou ser julgados negativamente pelo
grupo pelas escolhas que fizeram.
Ainda, embora muitos
participantes tenham concordado publicamente com a opinião da maioria, Asch
também descobriu que, em entrevistas pós-experimento, alguns participantes
mantinham suas opiniões originais. Isso sugere a presença de conformidade
pública (adesão externa) e resistência à conformidade privada (adesão interna).
O experimento destacou ainda a influência significativa do contexto social na
tomada de decisões individuais, mesmo em tarefas simples e objetivas.
O Experimento de Asch continua
sendo um marco na psicologia social e é frequentemente citado ao discutir temas
como conformidade, influência social e dinâmicas de grupo. Asch acabou fornecendo
uma visão profunda sobre como as pessoas podem ajustar seu comportamento para
se encaixarem nas expectativas sociais, mesmo que isso signifique discordar de
uma evidência óbvia e correta.