terça-feira, 19 de maio de 2015

Kaizen: Uma Estratégia para a Competitividade e Gestão da Mudança

Atualmente, a palavra “mudança” se tornou um termo imperativo nas empresas globais. Contudo, muitas delas não conseguem alavancar as transformações necessárias em cada componente da organização como forma de garantir a própria sobrevivência. O fato é que a renovação organizacional sofre mudanças ao longo do tempo, mesmo que as organizações resistam a elas. Portanto, devido ao atual cenário de competitividade entre as empresas, esperar que as transformações aconteçam por simples inércia é estabelecer uma rota certa rumo ao fracasso.
A mudança organizacional significa modificar a situação atual, passando por uma transição, até chegar a situação desejada. Ocorre que para promover uma mudança efetiva e sólida, deve-se estabelecer um processo de transformação devidamente gerenciado em todas as suas etapas. Pode-se ainda dizer que existe uma mudança, quando por algum fenômeno, a realidade é diferente aos padrões ou as expectativas pré-estabelecidas.
Várias pesquisas relatam que as maiores dificuldades encontradas na implantação de novas filosofias é a mudança da cultura em todos os níveis hierárquicos. Uma dessas pesquisas, realizada por uma empresa global de consultoria chamada Bain & Company, constatou que metade dos 223 executivos que participaram do levantamento de dados afirmaram que as suas empresas não possuem sistemas e habilidades suficientes para realizar uma gestão efetiva da mudança. Eles ainda concluíram que 70% dos programas de mudança falham.
Nesse contexto, os momentos de transformações constituem potencialmente uma oportunidade para a reorganização dos processos de um modo que haja eficácia e eficiência. Com a evolução, as necessidades e os desejos mudam e conseqüentemente os valores e costumes das pessoas, surgindo assim à possibilidade de que as organizações também mudem e se adaptem ao novo cenário global.
Entretanto, sendo um processo, deve ser construído e sedimentado etapa por etapa passando por uma transição que promova a mudança do estado atual para o estado desejado, caso contrário, não há como quebrar os costumes e tradições existentes. Dessa forma, gerenciar esse processo requer um suporte às transições organizacionais ou pessoais de uma situação atual para resultados futuros desejados por meio da implementação de estratégias e atividades que minimizem o impacto humano, reduzam as perdas financeiras e reduzam o tempo de implementação.
Nesse sentido, faz-se necessário que as organizações se tornem aprendizes, capazes de reagir às mudanças, solucionar problemas e aproveitar oportunidades. Ou seja, para promover transformações organizacionais, necessita-se primeiramente de uma mudança na mentalidade do indivíduo. É nesse contexto que surgem as organizações de aprendizagem, no qual as pessoas aprimoram continuamente suas capacidades de criar e recriar o estado futuro em ações conjuntas, objetivando a conscientização do trabalho em equipe, através de mudanças e de alterações pessoais para que possam questionar constantemente seus modelos mentais e criarem ambientes seguros para que outras pessoas possam fazer o mesmo.
Um exemplo de método efetivo é o Kaizen (termo japonês para a melhoria contínua). É um método que faz uso do trabalho em equipes para a solução de problemas, documentando e melhorando processos, coletando e analisando dados. É nesse processo que as pessoas aprendem a buscar as causas ao invés dos "culpados", conseguindo-se soluções efetivas e, de quebra, um ambiente com maior entendimento e melhores relacionamentos entre as pessoas. Com o Kaizen, abate-se a cultura de "varrer a sujeira para debaixo do tapete", a cultura da tolerância com as falhas e perdas de todo tipo. Ocorre também uma mobilização em toda a equipe para o combate aos erros e aos desperdícios, em todos os aspectos e por toda a organização.
Na verdade, a principal vantagem do Kaizen é estimular o sucesso competitivo das organizações por meio das mudanças realizadas no status quo para a construção do aprendizado organizacional, através do envolvimento direto dos colaboradores no gemba (local de trabalho). Entretanto, vale ressaltar que a mudança aqui mencionada não é sinônimo da simples aplicação de uma teoria ou método, mas sim um produto das transformações simultâneas da ação, da reflexão e renovação contínua da Cultura Organizacional, envolvendo o cruzamento dos pontos de vista de todas as pessoas e possibilitando o permanente ajuste dos meios para que se alcancem novos cenários.