sábado, 24 de outubro de 2015

Você é um Empreendedor?

Segundo os pioneiros Richard Cantillon (1755) e Jean-Baptiste Say (1800) empreendedor é uma pessoa que decide tomar o risco de investir o seu próprio dinheiro em empreendimentos. Para J. Schumpeter (1978) o empreendedorismo está associado à inovação, quando o mesmo afirma que: “a essência do empreendorismo está na percepção e aproveitamento das novas oportunidades no âmbito dos negócios; tem sempre que ver com a criação de uma nova forma de uso dos recursos, em que eles sejam deslocados do seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações”.
Schumpeter complementou ainda dizendo que o empreendedor era responsável por processos de “destruição criativa”, que resultavam na criação de novos métodos de produção, novos produtos e novos mercados. Desta forma, pode-se dizer ainda que o empreendedor não é somente aquele que estabelece uma nova empresa, mas também aquele que cria e melhora processos, serviços e produtos, mesmo dentro de uma organização. Esse conceito foi introduzido por Pinchot (1985), quando o mesmo caracterizou como o intra-empreendedor, isto é, uma pessoa empreendedora dentro da organização a que pertence.
Na verdade, não há uma regra ou norma que identifique um empreendedor. Contudo, vários pesquisadores já escreveram sobre algumas características destes indivíduos, tais como: são aptos em identificar e explorar oportunidades; criam e/ou melhoram produtos, serviços e processos; pensam “fora da caixa”; conseguem ver os problemas e soluções que outros não percebem; assumem riscos calculados; são ousados na forma planejada e prudente; não desistem; sabem perfeitamente seus pontos fortes e oportunidades de melhoria; agem de forma proativa e não reativa; aprendem continuamente; são perseverantes; são automotivados; possuem a autogestão; são competitivos; são flexíveis; são criativos e muitas outras características. Vale ressaltar que não é possível reunir todas essas características em uma só pessoa. Portanto, o empreendedor de sucesso é aquele capaz de reunir o máximo de características em si próprio.
Para o Global Entrepreneurship Monitor – GEM (2013), os empreendedores podem ser classificados da seguinte forma: Os empreendedores nascentes - são aqueles que estão envolvidos na estruturação de um negócio do qual são proprietários, mas que ainda não pagou salários, pro-labores ou qualquer outra forma de remuneração aos proprietários por mais de três meses. Os empreendedores novos – são aqueles que administram e são proprietários de um novo negócio que pagou salários, gerou pro-labores ou qualquer outra forma de remuneração aos proprietários por mais de três e menos de 42 meses. Esses dois tipos de empreendedores são considerados empreendedores iniciais ou em estágio inicial. Os empreendedores estabelecidos – são aqueles que administram e são proprietários de um negócio tido como consolidado, que pagou salários, gerou pro-labores ou qualquer outra forma de remuneração aos proprietários por mais de 42 meses (3,5 anos).
O GEM ainda identificou a motivação para a atividade empreendedora, que são: Os empreendedores por necessidade – aqueles que iniciam um empreendimento autônomo por não possuírem melhores opções de ocupação, abrindo um negócio a fim de gerar renda para si e suas famílias. Os empreendedores por oportunidade – aqueles que identificaram uma chance de negócio e decidem empreender, mesmo possuindo alternativas de emprego e renda. O GEM também analisou várias informações que permitem identificar características dos empreendimentos, como por exemplo, novidade dos produtos ou serviços, concorrência, orientação internacional, expectativa de criação de ocupações para os próximos cinco anos e idade da tecnologia/processos.
Para o Brasil, as pesquisas identificaram que 40 milhões de brasileiros, entre 18 e 64 anos, estão envolvidos com a atividade empreendedora. Além disso, verificou-se também o aumento da proporção de empreendedores por oportunidade, o que reflete uma decisão mais planejada em relação à opção pelo empreendedorismo, aumentando a probabilidade de sucesso do negócio. O estudo revelou também que, pela primeira vez no Brasil, a proporção de mulheres empreendedoras superou a proporção de homens (52,2% contra 47,8%). Contudo, o estudo revelou os baixos percentuais de novidade nos produtos e serviços, além da baixa perspectiva de geração de empregos nos próximos cinco anos. Vale lembrar que toda a pesquisa está diretamente relacionada com a condição econômica e politica do Brasil.