quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Brasil: uma cleptocracia sustentada por um povo idiota

Antes de ser condenado pelo título, peço a você leitor que dedique um tempo para ler todo o artigo. Na verdade, esse termo “cleptocracia”, de origem grega, foi mencionado quando se referia ao modelo de governança do nosso país. Procurando nos livros, encontrei várias características que identificam esse tipo de governo. Tais como: a institucionalização da corrupção, nepotismo (favoritismo para com parentes no poder público), o peculato (crime que consiste na subtração ou desvio do dinheiro público), a impunidade, a improbidade (ação ou omissão que viole os deveres da honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições públicas), fraca governança (exemplo das contas públicas), instituições públicas débeis (exemplo da polícia e do judiciário), falta de independência da mídia e entre outros.
Na “cleptocracia” o Estado é uma máquina eficiente somente para coletar impostos. Os indivíduos que formam essa máquina pública possuem características imorais e anti-éticas, tal como o uso benéfico da própria posição para o enriquecimento próprio. Nesse modelo, todos os poderes do Estado caminham juntos para uma total desordem governamental, baseada na corrupção sistêmica dos poderes públicos. Há também o sentido e o emprego dos radicais gregos que compõe a palavra. Exemplo do radical “clepto” que dá a ideia do ato ou efeito de furtar, ladroeira e roubo. Já o elemento “cracia”, significa poder, mando e sistema de governo. Portanto, de forma simples e direta, trata-se de um sistema de governo comandado por pessoas que roubam (ladrões).
Após o entendimento do sistema de governo cleptocrático, faz-se necessário a reflexão para duas perguntas importantes: (1) como esse tipo de governo nasce? e (2) como esse tipo de governo se sustenta? Primeiramente, deixo claro que um governo perfeitamente democrático é uma utopia, ou seja, não existe um país perfeitamente eficiente e honesto. Afinal, uma nação é formada por pessoas imperfeitas. Na verdade, inexistem lugares tão perfeitamente geridos e sem problemas sociais ou políticos. Vale lembrar que todo o ser humano possui tendências individuais e mesquinhas, pré-requisitos suficientes para causar grandes desavenças e romper com qualquer possibilidade de equilíbrio em uma sociedade. No entanto, essa verdade não é justificativa para a manutenção desse modelo de Estado.
Em minha opinião, o comportamento individual, egoísta e ignorante das pessoas é que dispara a possibilidade do surgimento e a manutenção da cleptocracia, dependendo apenas da amplitude desse perfil na maioria da população. Cito o exemplo do idiota político. Novamente, conceituando para compreender, o termo idiota, do grego “idiótes”, significa uma pessoa leiga e sem habilidades profissionais, principalmente para aqueles que exercem uma oposição ao cidadão que participa dos assuntos de ordem pública. São aqueles que ouvimos dizer assim: “não gosto de política”...”não discuto política”...”não perco tempo com assuntos públicos”. É claro que há os idiotas ignorantes e sem educação. Também os idiotas com alguma deficiência mental. Contudo, o idiota a que me refiro no artigo, é aquele que possui certa competência intelectual, porém, se recusa a participar ou nada sabe sobre as questões públicas do país em que vive. Infelizmente, é o caso de grande parte da força trabalhadora do povo brasileiro. Ocorre que na infeliz realidade brasileira, esse perfil “idiota” é presente na grande maioria daqueles que não conseguiram desenvolver nem mesmo uma educação básica.
Infelizmente, trazendo para a realidade brasileira, percebe-se que nunca antes na historia houve uma ideologia tão hipócrita como a da "Falsa Democracia" ou "O Estado de Direito". Como mencionado, vivemos sim uma cleptocracia na forma mutante de uma ditadura socialista que finge ser democrática. Trata-se de um sistema de governo que estabeleceu uma prática institucionalizada que prioriza as relações de interesse, por meio de barganhas imorais para se sustentar no poder. O infeliz resultado é o que já dizia o nosso saudoso Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.