sexta-feira, 20 de maio de 2016

O que é a Governança Corporativa?

Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) a governança é descrita como a maneira das organizações em administrar e controlar os serviços à sociedade, a gestão dos recursos e informações e o relacionamento com as diversas partes interessadas. No setor público, a governança compreende essencialmente as dimensões da liderança, estratégia e controle, a fim de garantir a boa gestão das políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade.
Vários são os benefícios da governança. Nesse sentido, o International Federation of Accountants (IFAC) relaciona os seguintes: a) garantir a entrega de benefícios econômicos, sociais e ambientais para os cidadãos; b) garantir que a organização seja, e pareça, responsável para com os cidadãos; c) ter clareza acerca de quais são os produtos e serviços efetivamente prestados para cidadãos e usuários, e manter o foco nesse propósito; d) ser transparente, mantendo a sociedade informada acerca das decisões tomadas e dos riscos envolvidos; e) possuir e utilizar informações de qualidade e mecanismos robustos de apoio às tomadas de decisão; f) dialogar com e prestar contas à sociedade; g) garantir a qualidade e a efetividade dos serviços prestados aos cidadãos; h) promover o desenvolvimento contínuo da liderança e dos colaboradores; i) definir claramente processos, papéis, responsabilidades e limites de poder e de autoridade; j) institucionalizar estruturas adequadas de governança; k) selecionar a liderança tendo por base aspectos como conhecimento, habilidades e atitudes (competências individuais); l) avaliar o desempenho e a conformidade da organização e da liderança, mantendo um balanceamento adequado entre eles; m) garantir a existência de um sistema efetivo de gestão de riscos; n) utilizar-se de controles internos para manter os riscos em níveis adequados e aceitáveis; o) controlar as finanças de forma atenta, robusta e responsável; e p) prover aos cidadãos dados e informações de qualidade (confiáveis, tempestivas, relevantes e compreensíveis).
No âmbito governamental, o Tribunal de Contas da União (TCU) é o órgão responsável pela coordenação e doutrinação do assunto. Neste sentido, na área pública, a necessidade é devido a racionalização dos gastos públicos, equilíbrio fiscal, estabilidade monetária e investimentos em infraestrutura, saúde, educação, mobilidade urbana, habitação e segurança. Portanto, a boa governança de organizações públicas contribui para a superação desses desafios.
Sendo o doutrinador do assunto, o TCU estabelece as seguintes etapas para implantar um sistema de governança pública: Passo 1 - Escolha líderes competentes e avalie seus desempenhos; Passo 2 - Lidere com ética e combata os desvios; Passo 3 - Estabeleça sistema de governança com poderes de decisão balanceados e funções críticas segregadas; Passo 4 - Estabeleça modelo de gestão da estratégia que assegure seu monitoramento e avaliação; Passo 5 - Estabeleça a estratégia considerando as necessidades das partes interessadas; Passo 6 - Estabeleça metas e delegue poder e recursos para alcançá-las; Passo 7 - Estabeleça mecanismos de coordenação de ações com outras organizações; Passo 8 - Gerencie riscos e institua os mecanismos de controle interno necessários; Passo 9 - Estabeleça função de auditoria interna independente que adicione valor à organização; Passo 10 - Estabeleça diretrizes de transparência e sistema de prestação de contas e responsabilização.
Em resumo, as funções de governança compreendem as ações de avaliar, direcionar e monitorar. Contudo, faz-se necessário que sejam executadas de forma satisfatória através de alguns mecanismos, em especial a liderança, a estratégia e o controle. A liderança refere-se ao conjunto de práticas de natureza humana ou comportamental que asseguram a existência das condições mínimas para o exercício da boa governança. A estratégia envolve o relacionamento com partes interessadas, a definição e monitoramento de objetivos, indicadores e metas, bem como o alinhamento entre planos e operações de unidades e organizações envolvidas na sua execução. O controle, por sua vez, abrange aspectos como transparência, prestação de contas e responsabilização.