terça-feira, 8 de julho de 2025

A Crise da Responsabilidade Fiscal e a Ineficiência Estrutural da Gestão Pública


O Brasil enfrenta uma crise na responsabilidade fiscal, causada pela ineficiência estrutural da gestão pública, o que compromete a qualidade dos serviços entregues à população e coloca em risco a sustentabilidade fiscal do Estado.

Nesse sentido, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF – Lei Complementar nº 101/2000) foi criada para impor disciplina na administração dos recursos públicos. Porém, sem um modelo de gestão voltado para a eficiência, resultados concretos e geração de valor, a lei se torna letra morta.

Hoje, o grande desafio da gestão pública brasileira não é apenas cortar gastos, mas gastar melhor, com inteligência, transparência e foco nas reais necessidades do cidadão. Isso exige mais do que controle contábil, mas também uma mudança de paradigma na forma de gerir o setor público.

Sendo assim, é urgente a adoção de técnicas modernas de gestão que combinem eficiência operacional, avaliação de desempenho e uso racional dos recursos, promovendo a responsabilidade fiscal de maneira prática e contínua.

Para isso, modelos de gestão baseados em eficiência, inovação e entrega de valor, amplamente utilizados no setor privado, precisam ser incorporados com urgência na administração pública.

A definição de indicadores de performance claros, o monitoramento sistemático de metas, o uso de dados para embasar decisões e o engajamento das equipes públicas com foco em melhoria contínua podem ser estratégias essenciais para um Estado que deseja ser fiscalmente equilibrado e socialmente relevante.

Ao contrário do que se pensa, a responsabilidade fiscal não se resume a cortar orçamento. Ela passa por maximizar o valor entregue à sociedade com os recursos disponíveis, eliminando desperdícios, priorizando investimentos de alto impacto social e garantindo que cada real público seja bem aplicado.

Contudo, isso só é possível com uma gestão orientada por processos, resultados e desempenho mensurável. O resultado são serviços públicos de qualidade, prestados com agilidade, humanidade e responsabilidade.

Com esse objetivo, faz-se necessário que o Estado se reinvente, adotando um modelo de gestão que trate o cidadão como cliente principal e a eficiência como compromisso inegociável. Essa transformação não é apenas técnica, mas cultural.

Além disso, requer lideranças públicas preparadas, equipes capacitadas e uma visão clara de que o Estado existe para servir com excelência e responsabilidade. Portanto, não há mais espaço para uma gestão pública que apenas “administra” orçamentos. É hora de gerir com foco em valor, impacto e sustentabilidade fiscal.

A verdadeira responsabilidade fiscal não está apenas nos limites da lei, mas na capacidade de entregar resultados reais para quem mais importa: a sociedade.