
A busca pela excelência
operacional nas indústrias modernas tem como pilares estratégicos a tríade formada pelo TPM (Total
Productive Maintenance), o SMED (Single-Minute Exchange of Die) e o OEE
(Overall Equipment Effectiveness). A integração dessas metodologias não representa
apenas uma decisão inteligente, mas uma necessidade para alcançar altos níveis
de desempenho, confiabilidade e competitividade, especialmente nos ambientes de
manufatura enxuta presentes nos setores eletroeletrônico e de injeção plástica.
O TPM propõe uma abordagem
colaborativa e preventiva para maximizar a eficiência dos equipamentos. Por
meio do envolvimento de todos os colaboradores, promove práticas de manutenção
planejada, preventiva e autônoma, com o objetivo de eliminar falhas, ampliar a
vida útil dos ativos e desenvolver uma cultura de cuidado e responsabilidade
técnica.
O SMED, por sua vez, foca na
redução significativa dos tempos de setup, viabilizando maior flexibilidade na
produção e rápida adaptação às demandas do mercado. A aplicação correta dessa
técnica envolve a separação de tarefas internas e externas, a padronização de
procedimentos e o uso de dispositivos que simplificam e aceleram os ajustes
operacionais.
Já o OEE se apresenta como
indicador-chave para medir a eficácia real dos equipamentos, consolidando os
fatores de disponibilidade, desempenho e qualidade em um único valor. Integrar
esse indicador às práticas de TPM e SMED permite enxergar de forma precisa o
impacto das melhorias na produtividade industrial.
Na indústria eletroeletrônica,
a sinergia entre TPM, SMED e OEE trouxe resultados concretos. Uma empresa de
montagem de placas enfrentava paradas frequentes e setups longos nas máquinas
pick-and-place. Com a implementação do TPM, houve uma redução de 35% nas falhas
mecânicas em apenas seis meses. O SMED, aplicado à troca de componentes,
reduziu o tempo de setup pela metade. Como consequência, o OEE geral da planta
teve um crescimento de 22%, refletido em entregas mais ágeis e menos
retrabalho.
Já no setor de injeção
plástica, uma fábrica de peças automotivas superou perdas e ineficiências ao
aplicar diariamente a manutenção autônoma, identificando precocemente o
desgaste dos moldes. O SMED reorganizou o processo de troca entre peças
distintas, diminuindo o tempo de setup de duas horas para apenas trinta
minutos. Como resultado, o OEE da célula piloto saltou de 58% para 80%,
evidenciando ganhos expressivos em produtividade e qualidade.
Vale destacar que essa
integração não acontece por acaso, pois é impulsionada por liderança engajada,
participação ativa das equipes e uma cultura de melhoria contínua. O TPM
assegura que os equipamentos estejam confiáveis e os operadores devidamente
preparados. O SMED permite que as trocas entre produtos ocorram com rapidez e
eficiência. O OEE, por sua vez, atua como termômetro da operação, fornecendo
dados objetivos que direcionam decisões ágeis e bem fundamentadas.
É importante destacar que a
implantação dessas metodologias exige um processo estruturado. Tudo começa com
o TPM, base para a confiabilidade dos ativos. Realiza-se primeiro um
diagnóstico das falhas e perdas, que embasa treinamentos e a adoção de práticas
de manutenção autônoma e planejada. A aplicação dos pilares do TPM, como
melhoria específica e gestão visual, promove uma cultura preventiva que se
fortalece com auditorias e ciclos PDCA.
Após estabilizar os
equipamentos e qualificar os operadores, o foco volta-se ao SMED, cuja
implementação começa com a observação e registro do processo de setup. A
separação das atividades, aliada à reorganização operacional e à padronização
com apoio de checklists e treinamentos, possibilita reduções significativas de
tempo e ganhos em flexibilidade.
Em seguida, o OEE é implantado
como métrica de eficácia. Define-se o ativo a ser monitorado, coleta-se dados
de disponibilidade, desempenho e qualidade, e calcula-se o índice com base
nesses elementos. A gestão visual dos resultados e a análise contínua fomentam
decisões precisas e sustentam planos de ação com foco em resultados.
Por fim, quando aplicadas em
conjunto, essas metodologias criam um ciclo virtuoso no chão de fábrica. O TPM
garante estabilidade e confiança, o SMED traz velocidade e adaptabilidade, e o
OEE quantifica o desempenho e impulsiona melhorias. Portanto, a aplicação dessa
tríade vai além de números: ela fortalece o protagonismo da equipe, fideliza
clientes e promove negócios mais sustentáveis. O segredo está em perceber que
essas ferramentas não são ações isoladas, mas engrenagens de um mesmo propósito:
produzir com inteligência, eficiência e envolvimento genuíno.