quinta-feira, 10 de julho de 2025

A Integração da Tríade TPM, SMED e OEE

 

A busca pela excelência operacional nas indústrias modernas tem como pilares estratégicos a tríade formada pelo TPM (Total Productive Maintenance), o SMED (Single-Minute Exchange of Die) e o OEE (Overall Equipment Effectiveness). A integração dessas metodologias não representa apenas uma decisão inteligente, mas uma necessidade para alcançar altos níveis de desempenho, confiabilidade e competitividade, especialmente nos ambientes de manufatura enxuta presentes nos setores eletroeletrônico e de injeção plástica.

O TPM propõe uma abordagem colaborativa e preventiva para maximizar a eficiência dos equipamentos. Por meio do envolvimento de todos os colaboradores, promove práticas de manutenção planejada, preventiva e autônoma, com o objetivo de eliminar falhas, ampliar a vida útil dos ativos e desenvolver uma cultura de cuidado e responsabilidade técnica.

O SMED, por sua vez, foca na redução significativa dos tempos de setup, viabilizando maior flexibilidade na produção e rápida adaptação às demandas do mercado. A aplicação correta dessa técnica envolve a separação de tarefas internas e externas, a padronização de procedimentos e o uso de dispositivos que simplificam e aceleram os ajustes operacionais.

Já o OEE se apresenta como indicador-chave para medir a eficácia real dos equipamentos, consolidando os fatores de disponibilidade, desempenho e qualidade em um único valor. Integrar esse indicador às práticas de TPM e SMED permite enxergar de forma precisa o impacto das melhorias na produtividade industrial.

Na indústria eletroeletrônica, a sinergia entre TPM, SMED e OEE trouxe resultados concretos. Uma empresa de montagem de placas enfrentava paradas frequentes e setups longos nas máquinas pick-and-place. Com a implementação do TPM, houve uma redução de 35% nas falhas mecânicas em apenas seis meses. O SMED, aplicado à troca de componentes, reduziu o tempo de setup pela metade. Como consequência, o OEE geral da planta teve um crescimento de 22%, refletido em entregas mais ágeis e menos retrabalho.

Já no setor de injeção plástica, uma fábrica de peças automotivas superou perdas e ineficiências ao aplicar diariamente a manutenção autônoma, identificando precocemente o desgaste dos moldes. O SMED reorganizou o processo de troca entre peças distintas, diminuindo o tempo de setup de duas horas para apenas trinta minutos. Como resultado, o OEE da célula piloto saltou de 58% para 80%, evidenciando ganhos expressivos em produtividade e qualidade.

Vale destacar que essa integração não acontece por acaso, pois é impulsionada por liderança engajada, participação ativa das equipes e uma cultura de melhoria contínua. O TPM assegura que os equipamentos estejam confiáveis e os operadores devidamente preparados. O SMED permite que as trocas entre produtos ocorram com rapidez e eficiência. O OEE, por sua vez, atua como termômetro da operação, fornecendo dados objetivos que direcionam decisões ágeis e bem fundamentadas.

É importante destacar que a implantação dessas metodologias exige um processo estruturado. Tudo começa com o TPM, base para a confiabilidade dos ativos. Realiza-se primeiro um diagnóstico das falhas e perdas, que embasa treinamentos e a adoção de práticas de manutenção autônoma e planejada. A aplicação dos pilares do TPM, como melhoria específica e gestão visual, promove uma cultura preventiva que se fortalece com auditorias e ciclos PDCA.

Após estabilizar os equipamentos e qualificar os operadores, o foco volta-se ao SMED, cuja implementação começa com a observação e registro do processo de setup. A separação das atividades, aliada à reorganização operacional e à padronização com apoio de checklists e treinamentos, possibilita reduções significativas de tempo e ganhos em flexibilidade.

Em seguida, o OEE é implantado como métrica de eficácia. Define-se o ativo a ser monitorado, coleta-se dados de disponibilidade, desempenho e qualidade, e calcula-se o índice com base nesses elementos. A gestão visual dos resultados e a análise contínua fomentam decisões precisas e sustentam planos de ação com foco em resultados.

Por fim, quando aplicadas em conjunto, essas metodologias criam um ciclo virtuoso no chão de fábrica. O TPM garante estabilidade e confiança, o SMED traz velocidade e adaptabilidade, e o OEE quantifica o desempenho e impulsiona melhorias. Portanto, a aplicação dessa tríade vai além de números: ela fortalece o protagonismo da equipe, fideliza clientes e promove negócios mais sustentáveis. O segredo está em perceber que essas ferramentas não são ações isoladas, mas engrenagens de um mesmo propósito: produzir com inteligência, eficiência e envolvimento genuíno.