terça-feira, 8 de julho de 2025

Metodologia SMED (Single Minute Exchange of Die)

 


A metodologia SMED (Single Minute Exchange of Die) baseia-se na distinção entre atividades de setup internas, que só podem ser realizadas com a máquina parada, e atividades externas, que podem ocorrer enquanto o equipamento ainda opera. Ao identificar cada tarefa e classificá-la conforme essa divisão, a empresa obtém clareza sobre onde investir esforços para reduzir o tempo total de troca e liberar a máquina para produção.

O processo de implantação do SMED começa com um diagnóstico detalhado do setup atual, mapeando todas as etapas envolvidas na troca. Em seguida, as atividades são categorizadas em internas e externas, permitindo a conversão de operações originalmente internas em externas sempre que possível. Para otimizar ainda mais, tarefas que não agregam valor são eliminadas e as ações restantes passam por padronização e ciclos de melhoria contínua.

Na indústria de injeção plástica, era comum que a troca de moldes consumisse até duas horas entre remoção, instalação, ajustes de temperatura e alinhamento. Com a aplicação do SMED, a preparação de ferramentas e moldes passou a ocorrer em paralelo à produção do lote anterior. A adoção de dispositivos de fixação rápida, guias de posicionamento e conexões hidráulicas automáticas reduziu o setup para cerca de vinte minutos, elevando a produtividade e a disponibilidade do equipamento.

Em gráficas que utilizam impressoras offset, o procedimento de troca de arte e ajuste de cores costumava levar mais de quarenta minutos por trabalho. Por meio do SMED, a arte nova e as tintas são preparadas enquanto a impressão atual prossegue, e gabaritos padronizados, automação nos ajustes de cores e pré-configuração digital garantem redução do tempo de setup para menos de dez minutos. Esse ganho de agilidade permite atender a pedidos menores com maior eficiência e menos desperdício.

Na indústria eletroeletrônica, nas linhas de montagem SMT (Surface Mount Technology), o setup envolvia troca de feeders, programação e calibração, demandando entre trinta e sessenta minutos. Com a organização de componentes em carrinhos móveis preparados fora da linha, carregamento antecipado de arquivos de programação e checklists visuais, o tempo de troca caiu para menos de quinze minutos. A disponibilidade da linha aumentou, favorecendo a produção em lotes reduzidos e com maior variedade de componentes.

Ao adotar o SMED, as empresas conquistam não apenas a redução drástica do tempo de setup, mas também ganhos expressivos em flexibilidade operacional, qualidade dos processos, produtividade e segurança. A agilidade na troca de ferramentas possibilita responder rapidamente às variações de demanda, otimizar o uso de recursos e fortalecer a competitividade em mercados cada vez mais exigentes.