terça-feira, 8 de julho de 2025

Quem você prefere ser? Aquele que constrói ou aquele que destrói?

 

Numa terça-feira chuvosa, José acordou mais cedo que o habitual. Tinha uma reunião importante com o Chefe e queria estar preparado para mostrar os ótimos resultados. Separou os documentos, conferiu os dados, tomou um gole de café e saiu com tempo de sobra.

Porém, o trânsito da cidade tinha outros planos para José. Um acidente feio paralisou a via de acesso ao trabalho, com carros parados e buzinas nervosas. José até avisou pelo celular, mas chegou 20 minutos atrasado na reunião.

Ofegante, entrou na sala de reuniões e pediu desculpas. Seguiu-se a pauta normalmente e ninguém pareceu dar muita importância.

Após a reunião, alguém inicia uma FOFOCA:

— "Você viu? José chegou atrasado." - disse alguém entre uns goles de café.

Na sequência, alguém aumentou a fofoca e ainda acrescentou uma “pitada” de mentira:

— "Já percebeu? O José sempre chega atrasado nas reuniões. Isso pega mal."

Em poucos dias, os comentários maldosos se transformaram em uma grave acusação:
— "Ouvi dizer que o José acha as reuniões do Chefe uma perda de tempo e vive reclamando, dizendo que são chatas e inúteis."

A mentira caiu como gasolina em brasa e se espalhou nos corredores:

— "É verdade que o José e o Chefe estão se estranhando? Dizem que o clima tá bem tenso."

Na semana seguinte, como ninguém foi checar a verdade, José recebeu uma notificação formal de desligamento. Qual o motivo? dificuldades de relacionamento interpessoal.

É claro que a real causa do desligamento não estava escrito nos papéis, mas estavam nos sussurros dos fofoqueiros e nas mentiras espalhadas que jamais foram verificadas e desmentidas.

Infelizmente, José saiu pela mesma porta onde havia entrado várias vezes com brilho nos olhos, muita motivação e ótimos resultados. Porém, agora, triste e carregando nas costas o peso de uma história inventada e que não era dele.

O fato é que José foi vítima de uma situação muito comum nas empresas, mas devastadora: a cultura da fofoca desenfreada.

O atraso para uma reunião se transformou em um turbilhão de mal-entendidos e falsidades que destruíram sua reputação. O que começou como um comentário aparentemente inofensivo evoluiu para uma narrativa tóxica, alimentada pelas mentiras, a falta de verificação e o prazer inconsequente de espalhar falsas informações.

Quantas vezes julgamos alguém sem conhecer toda a verdade? O fato é que a fofoca pode parecer trivial, mas tem o poder de arruinar carreiras, relacionamentos e até a autoestima das pessoas envolvidas. José não perdeu seu emprego por baixa performance ou comportamento inadequado, mas sim porque a realidade dos fatos não foi verificada.

Nesse contexto, ao ouvirmos algo sobre alguém, vale a pena pensar: será que isso é verdade? será que precisamos repassar? Não seria melhor ouvir a versão do José? O fato é que o impacto de nossos comentários é muito maior do que imaginamos.

Quem você prefere ser? Aquele que constrói ou aquele que destrói?