Dentre os vários desafios de ser um
líder, gerenciar pessoas e conflitos é uma das tarefas mais importantes para
qualquer gerente. Liderar pessoas requer uma combinação de várias competências
e bom senso. O mais importante é reconhecer que não há uma fórmula secreta que
poderá ser usada como padrão para todos os “tipos” de colaboradores e
situações. Na realidade, apesar da vasta teoria existente sobre o tema, faz-se
necessário um ajuste na abordagem para cada perfil de pessoa. Quero dizer que
cada pessoa é um ser humano único. Portanto, deve ser liderado conforme as
características próprias de cada pessoa.
Algumas pesquisas sobre a origem dos
problemas empresariais indicam que 30% estão relacionados com causas técnicas e
70% estão relacionados com o ser humano. Essa afirmação pode ser assustadora,
considerando a complexidade das relações humanas e a necessidade de gente para executar
a operação ou manutenção das máquinas. Neste contexto, entender de gente é uma
condição sine qua non para quem
deseja obter resultados em uma organização, seja ela pública ou privada.
Portanto, todo profissional que pretende a um cargo de liderança necessita
entender os motivos pelo qual algumas pessoas agem de determinada maneira no
trabalho. Também as necessidades, as motivações, os sentimentos, as
expectativas e entre outras coisas.
Quando procuramos entender o
funcionamento do ser humano, nós nos tornamos melhores lideres e assim os
resultados aparecem. Sendo assim, deve-se reconhecer que não há como chegar aos
resultados desejados sem que haja o envolvimento adequado das pessoas. Se isso
acontece, a satisfação das outras partes interessadas também acontece (os
sócios, o governo, a sociedade, os clientes, os fornecedores, entre outros).
Liderar não é somente gerenciar a
tecnologia ou as tarefas, mas também dedicar tempo para desenvolver uma Cultura
Organizacional. É demonstrar comprometimento com a qualidade todos os dias,
mostrando também que a qualidade vem primeiro nos níveis estratégicos e depois
é desdobrada até o operacional. É estimular a motivação e o desenvolvimento dos
funcionários. É permitir que eles atuem por conta própria e com liberdade. É
desafiar os colaboradores com tarefas críticas. É entender que o sucesso de si
próprio depende do sucesso de seus colaboradores. É liderar não somente pelo
que fala, mas, principalmente, pelo o exemplo.
Na verdade, é preciso entender que as
pessoas formam a base fundamental de toda a empresa e são elas que fazem a
diferença nas organizações. Para isso, torna-se necessária uma administração
participativa, estimulando a criatividade e a inovação. Saber como gerenciar as
pessoas é o desafio de todo gerente ou, mais do que isso, saber como gerenciar
com as pessoas. Neste contexto, faz-se necessário a construção de um ambiente seguro
para que as pessoas possam perceber que elas pertencem a um time. É necessário
também criar tarefas desafiadoras e dar alguma autonomia para que elas possam
sentir que têm o controle sobre as atividades que executam. No entanto, é
fundamental medir o desempenho e dar o feedback,
bem como o reconhecimento adequado.
Na forma mais simples de explicar a
liderança, o líder é o produto entre os atributos daquilo que ele diz ser e faz
de fato, além dos resultados que ele entrega. Vale lembrar que não existe um
único estilo ou característica de liderança valida para toda e qualquer
situação. Cada tipo de situação requer um estilo de liderança diferente para se
alcançar o resultado por meio dos colaboradores. Ocorre, infelizmente, que
vários profissionais se tornam chefes sem ter as competências necessárias para
ser um líder, ou seja, são mais técnicos e menos lideres. Daí a ocorrência de
um problema que a frase traduz: “conhece muito tecnicamente, porém péssimo para
liderar pessoas”. A grande questão é: Essa situação pode ser mudada? A resposta
é sim. Todo profissional pode desenvolver a liderança, desde que invista tempo
em treinamento, respeito e empatia.
No fim, destaca-se que os tipos e
estilos de liderança dependem centralmente dos paradigmas que a organização
professa no seu dia a dia (a Cultura Organizacional). Portanto, um estilo de
liderança que deu certo em uma empresa não necessariamente vai servir para outra
empresa. Desta forma, recomendo um ajuste contínuo do perfil de acordo com cada
situação vivenciada, organização e também de acordo com a maturidade de cada
pessoa ou time de trabalho.