Este é o título de um filme comédia
americano lançado em 1980. Na ficção, piloto e copiloto sofrem uma intoxicação
alimentar durante o voo e ficam impedidos de pilotar o avião. Quando os
passageiros descobrem que o avião está sem o piloto comandante, inicia-se um
pânico geral. Na tentativa de substituir o piloto titular, aeromoça e um passageiro
com problemas psicológicos tentam pilotar e aterrissar o avião com a ajuda da
torre de comando. Entretanto, devido à falta de capacitação para pilotar o
avião, os mesmos passam por várias situações inusitadas.
Apesar da situação trágica e divertida
do filme, é impossível não fazer comparações com a atual situação do país.
Assim como os passageiros do avião, o povo brasileiro também está em pânico
devido ao descontrole da administração pública. Assim como o avião, o Brasil
também está sem um comandante capaz de conduzir as questões do país. Portanto,
é como se o país estivesse na mesma situação do avião, ou seja, sem comando, descontrolado,
sem destino certo e com grande possibilidade de ocorrer um enorme desastre.
Dentre os vários acontecimentos
recentes, destaco uma declaração da Presidente que admitiu não perceber a
gravidade da crise econômica. Ela ainda ressaltou que foi surpreendida até com
os atos de corrupção de alguns integrantes de seu governo e também partido
político (PT). Ela também citou que “levou muitos sustos”. Infelizmente, essas
declarações apenas ratificam o tipo de liderança que dirige o país. Vale
lembrar que todos os indicadores, órgãos reguladores, economistas, consultores,
jornalistas, empresários e muitos outros já indicavam a atual crise. Portanto,
cenário já previsto e monitorado, passo a passo, todo o tempo. Daí surge a seguinte
pergunta: Por que então só o governo não conseguiu ver esse cenário?
O pior é perceber que o país parece
seguir os acontecimentos absurdos da ficção trágica e cômica do filme. É o caso
do recente orçamento para 2016 que foi publicado. Neste caso, é inacreditável
como o governo simplesmente elabora e envia para o congresso um orçamento que
já prevê gastar mais do que se arrecada. A proposta já considera crescimento
zero e um déficit de R$ 30 bilhões ou mais. Na verdade, o que se espera do
governo é uma atitude oposta, tal como: quais despesas poderemos realizar com
as receitas que teremos?
Ocorre que a realidade é de um governo
fazendo justamente o contrário, isto é, gasta tudo de forma ineficiente para depois
constatar que não terá receita para cobrir as despesas. Também, é claro, da
incapacidade de inibir os enormes desvios dos recursos públicos que acontecem o
tempo todo. Portanto, o governo atua como a aeromoça e o passageiro do avião, pois
simplesmente não sabem o que fazer para controlar a situação. Publicar um
orçamento já considerando este “rombo”, é como comunicar antecipadamente que: Este
ano, estamos no vermelho. Ano que vem, também estaremos. O trágico dessa
situação também é ratificado pelo vice-presidente, pois já declarou que o
governo ainda não tem uma estratégia para equacionar o déficit do futuro
orçamento.
Realizando uma análise crítica das situações
mencionadas, percebe-se que o país está sem um dos mais importantes princípios
básicos da boa gestão, a Estratégia Pro-ativa. Digo isso porque é um dos principais
erros que levaram o nosso país ao estado atual de entropia aguda. Percebe-se
que não há ações planejadas com uma visão de futuro. O governo simplesmente
espera que os resultados ocorram por inércia. Na verdade, o que se observa é
uma atitude reativa e passiva aos acontecimentos, onde se toma as ações
necessárias apenas quando são forçados ou quando uma crise já se instalou. O
governo apenas enxerga como solução o aumento de impostos. No entanto, é
negligente na redução das despesas, na otimização dos recursos, no aumento da
eficiência dos processos e no combate aos desvios dos recursos públicos.
Outra constatação é a
falta de uma liderança forte e capaz. As declarações da Presidente e seu vice,
que insistem em dizer que não sabem de nada e que não tem uma estratégia para
solucionar os atuais problemas, demonstram uma total ignorância dos assuntos
relacionados à Administração Pública. Sem apoio para governar no Congresso e no
Senado, a Presidente já não governa mais o país. Nesse contexto, é importante
entender que para organizar as contas publicas, faz-se necessário não somente
um exercício de economia, mas também um processo politico integrado com foco,
principalmente, no bem estar da população brasileira.