segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O uso de um Modelo de Gestão para o Gerenciamento Eficaz do Processo de de Mudança

Atualmente, a palavra “mudança” se tornou um termo imperativo nas empresas globais, contudo, muitas delas não conseguem alavancar as transformações necessárias em cada componente da organização como forma de garantir a própria sobrevivência. Ocorre que a renovação organizacional sofre mudanças ao longo do tempo, mesmo que as organizações resistam a elas, portanto, devido ao atual cenário de competitividade entre as empresas, esperar que as transformações aconteçam por simples inércia é estabelecer uma rota certa rumo ao fracasso.
É nesse contexto que o modelo desenvolvido está inserido como uma metodologia capaz de gerir com efetividade a transição do estado atual para o estado desejado. O modelo se tornou bastante relevante para o setor industrial, uma vez que foi totalmente aplicado na prática do dia-a-dia de uma empresa industrial.
Com relação aos resultados alcançados, comprovou-se uma efetiva gestão da mudança e o estímulo ao aprendizado organizacional, o qual promoveu melhorias nos processos, no ambiente de trabalho, na melhoria dos indicadores de desempenho e na participação ativa dos colaboradores em equipes de ação.
O modelo também estimulou o desenvolvimento da autonomia necessária para que os colaboradores possam melhorar seus próprios processos, estimulando a iniciativa e a criatividade. Essa autonomia acabou criando uma conexão entre as eles, fortalecendo o relacionamento interpessoal entre fornecedor (técnico) e cliente (operador). Desta forma, o novo relacionamento permitiu que as áreas pudessem compartilhar novas ideias, trazendo benefícios para ambas as partes, melhorando e facilitando as atividades do dia-a-dia.
Os ciclos de mudança também marcaram o início de uma empresa com características culturais próprias, por meio de um ambiente uniforme e de aprendizado contínuo. Essa transformação cultural desenvolveu nas pessoas certo grau de segurança, fazendo com que percebam que fazem parte de um time e também liberando todos para criar ideias que agregam valor.
Com relação aos resultados da aplicação do modelo de gestão, composto pelas 8 etapas sucessivas, pode-se afirmar que houve um gerenciamento eficaz do processo de mudança, pelo qual a empresa pôde identificar a situação atual que se encontrava, assim como também o planejamento e o controle da transição até o alcance do estado desejado.
Por exemplo, a aplicação da ferramenta do 5s com o modelo. Utilizou-se o auxílio da já existente equipe de inspeção da empresa que antes já estava desmotivada com a situação permanente das áreas. No entanto, as atuais evidências das mudanças no ambiente de trabalho e na atitude dos técnicos e operadores, proporcionaram uma nova motivação para que as inspeções de 5s fossem reativadas, uma vez que as mesmas já estavam abandonadas devido ao descaso existente com relação ao 5s em todas as áreas da empresa.
Para o registro do processo de transformação, foram realizadas 6 inspeções com o intuito de observar a evolução dos resultados da mudança provocada pelos 5s. A primeira delas foi realizada na etapa de diagnóstico, o qual apresentou um percentual de 31,2% de conformidade. A segunda durante o kaizen, o qual já apresentou uma evolução para 73,1% de conformidades. As outras duas inspeções foram realizadas após a conclusão de todas as etapas do modelo, seguindo intervalos de 1 semana. Portanto, apresentando os resultados de 88,2% e 91,4%, respectivamente.
Para a confirmação da efetividade do modelo, foram realizadas ainda inspeções nos meses de setembro e outubro, o qual obtiveram os resultados de 92,5% e 93,5% de conformidades para os 5s aplicados e mantidos após a realização do evento.
Para a evolução do resultado da MPT, na unidade de produção das prensas, foi registrado o indicador da eficiência global do equipamento (OEE) por meio do sistema de informação já existente na empresa. O histórico dos resultados anteriores apresentavam dados ruins, os quais apresentaram um desempenho de 60,76% na média do ano apurado. Também foi constatado a continuidade de baixo desempenho no primeiro semestre do ano seguinte, com um desempenho de 59,77%. Portanto, números que justificam a insatisfação atual da alta administração.
Nesse contexto, o modelo foi aplicado no mês de agosto, logo após a apuração do histórico dos resultados. Ocorre que, já no mês seguinte de implantação do modelo, setembro, foi registrado uma evolução na melhoria da eficiência global do equipamento para 69,46%. Portanto, a confirmação da efetividade do modelo. Ainda foram coletados outros dados nos meses de outubro e novembro, os quais obtiveram os resultados de 80,34% e 84,36% de desempenho, acima da meta estabelecida e confirmando definitivamente a efetividade do modelo desenvolvido.
Conclui-se, portanto, que o modelo contribuiu de forma relevante para a gestão eficaz das necessidades de mudanças contínuas e cada vez mais emergentes nas organizações. Contudo, vale lembrar que a concorrência sempre estabelece uma forma de copiar as vantagens competitivas antes desenvolvidas, portanto, possuir boas operações não garante o sucesso do amanhã. Portanto, faz-se necessário sempre desenvolver uma vantagem competitiva sustentável e que seja um diferencial único da empresa, isto é, algo como a personalidade humana, o qual cada indivíduo se torna único em suas características e jeito de ser.