terça-feira, 31 de março de 2015

Nosso país precisa de uma Gestão Estratégica Proativa

Indicar erros é sempre muito mais fácil que propor soluções. Porém, no caso do governo Dilma, os erros são tão numeroso, evidentes e graves que fica fácil qualquer pessoa apontar erros. Já escrevi em meu artigo anterior sobre as causas e possíveis soluções para a nossa atual crise de gestão. Portanto, agora, escrevo sobre alguns erros que considero os mais graves e importantes da atual gestão. Vale lembrar que os princípios que menciono aqui são como um guarda-chuva que podem se desdobrar em acertos ou erros, dependendo de como o gestor os conduz.
Para mim, um dos mais importantes princípios básicos da gestão, muito negligenciado pelo atual governo, é a Estratégia. Digo isso porque é o principal erro que levou o nosso país ao estado atual de entropia aguda. Percebe-se que não há ações planejadas que visam uma vantagem competitiva sustentável. O governo simplesmente espera que os resultados ocorram por inércia. Na verdade, o que se observa é uma atitude reativa, passiva e subordinada aos acontecimentos, onde se toma as ações necessárias apenas quando são forçados ou quando uma crise já se instalou.
Nosso governo age sem uma previsibilidade futura ou de monitoramento contínuo do mercado. Não há o uso efetivo dos indicadores de desempenho para uma gestão estratégica que torne o país mais competitivo. Não há uma avaliação contínua com o objetivo de avaliar tendências, situação atual e caminhos futuros a seguir. É como se o Brasil fosse um barco a deriva e sem um capitão no leme. Infelizmente, nosso governo não consegue identificar os problemas e dar atenção a eles antes que se tornem insolúveis. Nossos “gestores” atuam mais como “bombeiros” apagando diariamente os incêndios da crise que vivemos. Observa-se que sem uma estratégia adequada, até os recursos são aplicados de forma errada. Dessa forma, caso esse cenário não mude, no final, depois de morto, resta-nos apenas checar qual foi à razão do falecimento e enterrar o país.
É importante lembrar que o governo não pode deixar para tomar as ações necessárias somente quando a crise já se instalou. É preciso estar previamente preparado para ela. Ocorre, no entanto, que nosso governo raramente enxerga o que é realmente importante em meio à enxurrada de problemas que aparecem a todo instante. Dessa forma, não valoriza o processo decisório como deveria. As consequências são decisões equivocadas em seu conteúdo e tempo de aplicação. Na verdade, os atuais escândalos de corrupção pararam todas as ações necessárias para uma gestão eficiente. Não há, portanto, uma gestão voltada para a atual crise. As bases da gestão de riscos e governança corporativa foram esquecidas. O fato é que decisões acertadas não são súbitos momentos de inspiração, elas resultam de processos estruturados requerendo dos gestores investimento de tempo, energia e conhecimento. Lembrando também que para decidir é preciso ter experiência, competência e humildade, mas, sobretudo, aprender com cada episódio vivenciado.
O atual governo perdeu totalmente a credibilidade, a confiança e o respeito. Segundo as recentes pesquisas, a maioria do povo brasileiro, também aqueles que votaram a favor em um primeiro momento, já não acreditam na capacidade do atual governo em reverter à situação de crise. Importante ressaltar que para qualquer gestor é impossível conduzir uma equipe ou um país dessa forma. É como costumo dizer sobre os modos operacionais da boa gestão, isto é, não há como obter resultados sem que haja o comprometimento das pessoas envolvidas. Nesse caso, não há como sustentar um governo sem o apoio do povo que o elegeu.
Para solucionar esse problema, o governo quer agora realizar um ajuste fiscal. O objetivo é simplesmente estancar a sangria da atual crise, restaurar o balanço das contas públicas e tentar resgatar a confiança no país pelo mercado. Como gestor que sou, costumo dizer que com muitos recursos é fácil obter resultados, até mesmo para os mais ineficientes e incompetentes gestores. Quero ver é entregar o mesmo resultado com os recursos escassos.
Infelizmente, nosso governo comete os mesmos erros de sempre, isto é, aumento contínuo da tributação, porém, sem se preocupar em ser mais eficiente, reduzindo os custos e eliminando os desperdícios da máquina pública. É como diz um famoso guru da Administração: “Não existem países ricos nem países pobres, mas sim países bem-administrados e países mal-administrados. Daí, a amplitude e grandeza com que se apresenta a Gestão Pública” – Peter Drucker