segunda-feira, 15 de setembro de 2025

O Perigo de Criar um Cemitério de Dados

 


É cada vez mais comum ver empresas mergulharem de cabeça na corrida pela Indústria 4.0, impulsionadas por dicas de "consultores 4.0" que orientam investimentos expressivos em sensores, automações, robôs, softwares e aumento da infraestrutura de TI. O foco, muitas vezes, está em capturar o máximo possível de dados, como se o simples fato de armazenar grandes volumes de informações fosse, por si só, sinônimo de inteligência operacional.

Mas o que realmente está sendo feito com todos esses dados?

O que se observa, na prática, é um volume imenso de dados sendo gerado e armazenado continuamente, sem que exista uma estratégia clara para análise, interpretação e aplicação desses dados na tomada de decisão. Vejo que as empresas estão construindo verdadeiros “cemitérios de dados” com repositórios gigantescos, caros de manter, que pouco ou nada contribuem para melhorar a eficiência, reduzir desperdícios ou aumentar a lucratividade.

A ausência de uma cultura orientada por dados e a falta de competências analíticas dentro das organizações transformam um ativo valioso em um passivo silencioso. Dados que não são utilizados representam desperdício de tempo, dinheiro e energia. O pior é criar uma falsa sensação de modernização e avanço tecnológico, quando, na verdade, apenas encobrem problemas estruturais que continuam não sendo resolvidos.

Para ilustrar o que digo, registro que recentemente atuei em um projeto no qual, sem sugerir nenhum investimento em tecnologias 4.0 e sem criar mais acúmulo de dados, conseguimos gerar mais de R$ 2.600.000,00 ao ano em redução de custos. Como? Simplesmente utilizando os dados que já existiam, mas que nunca haviam sido analisados com profundidade ou direcionados para decisões estratégicas.

É bom sinalizar que este texto serve apenas como alerta sobre um equívoco recorrente na crença de que o acúmulo de dados é sinônimo de transformação digital. Não é! O valor dos dados está no uso inteligente, na análise crítica e na capacidade de transformá-los em ações e soluções concretas. Armazenar dados sem propósito é apenas empilhar bytes. Usá-los com inteligência, sim, é o que realmente torna uma empresa mais competitiva e eficiente.

Portanto, minha recomendação é: antes de buscar mais tecnologia e seguir conselhos de "consultores 4.0", é preciso extrair valor daquilo que já está disponível. A verdadeira revolução 4.0 começa com propósito, estratégia e, principalmente, com o uso consciente da informação.

 

Automação sem Eficiência é um Tiro no Pé

 


No cenário industrial atual, sabemos que a competitividade depende da capacidade de otimizar processos, eliminar desperdícios e integrar pessoas, tecnologia e gestão. Foi exatamente nesse contexto que aplicamos metodologias como o BPM (Business Process Management) e o VSM (Value Stream Mapping) em projetos estratégicos no Polo Industrial de Manaus.

Essas ferramentas nos permitiram mapear, analisar e redesenhar processos de ponta a ponta, ao mesmo tempo em que identificamos gargalos e desperdícios ao longo da cadeia de valor, priorizando melhorias com impacto direto na produtividade.

Nos projetos que conduzimos em empresas do Polo Industrial de Manaus, conseguimos alcançar ganhos reais de produtividade de até 30%. Esses resultados foram possíveis porque trabalhamos juntos com as equipes internas, reduzindo etapas que não agregavam valor, balanceando linhas de produção, reorganizando fluxos logísticos e implementando indicadores de monitoramento em tempo real.

Ao mesmo tempo em que obtivemos resultados quantitativos, também constatamos avanços qualitativos, como maior engajamento das equipes, integração entre áreas e fortalecimento da cultura de melhoria contínua.

A experiência que vivenciamos no Polo Industrial de Manaus reforça que quando aplicamos metodologias consistentes, aliadas à disciplina e ao foco no valor entregue ao cliente, conseguimos transformar operações de maneira sustentável.

Mais do que técnicas, BPM e VSM se tornaram catalisadores dessa transformação, preparando as organizações para os desafios da Indústria 4.0 e consolidando uma visão de futuro mais ágil e colaborativa.

E você, como tem enxergado a aplicação de BPM e VSM em sua realidade? Estamos prontos para apoiar novos projetos que visam avançar na jornada de melhoria contínua e transformação de processos. Vamos juntos construir operações mais eficientes e sustentáveis.

 


A Experiência de Iniciar um Projeto do Zero

 


No cenário industrial atual, sabemos que a competitividade depende da capacidade de otimizar processos, eliminar desperdícios e integrar pessoas, tecnologia e gestão. Foi exatamente nesse contexto que aplicamos metodologias como o BPM (Business Process Management) e o VSM (Value Stream Mapping) em projetos estratégicos no Polo Industrial de Manaus.

Essas ferramentas nos permitiram mapear, analisar e redesenhar processos de ponta a ponta, ao mesmo tempo em que identificamos gargalos e desperdícios ao longo da cadeia de valor, priorizando melhorias com impacto direto na produtividade.

Nos projetos que conduzimos em empresas do Polo Industrial de Manaus, conseguimos alcançar ganhos reais de produtividade de até 30%. Esses resultados foram possíveis porque trabalhamos juntos com as equipes internas, reduzindo etapas que não agregavam valor, balanceando linhas de produção, reorganizando fluxos logísticos e implementando indicadores de monitoramento em tempo real.

Ao mesmo tempo em que obtivemos resultados quantitativos, também constatamos avanços qualitativos, como maior engajamento das equipes, integração entre áreas e fortalecimento da cultura de melhoria contínua.

A experiência que vivenciamos no Polo Industrial de Manaus reforça que quando aplicamos metodologias consistentes, aliadas à disciplina e ao foco no valor entregue ao cliente, conseguimos transformar operações de maneira sustentável.

Mais do que técnicas, BPM e VSM se tornaram catalisadores dessa transformação, preparando as organizações para os desafios da Indústria 4.0 e consolidando uma visão de futuro mais ágil e colaborativa.

E você, como tem enxergado a aplicação de BPM e VSM em sua realidade? Estamos prontos para apoiar novos projetos que visam avançar na jornada de melhoria contínua e transformação de processos. Vamos juntos construir operações mais eficientes e sustentáveis.

 


A Soft Skill de Escutar, Orientar e Inspirar Pessoas

 


No cenário industrial atual, sabemos que a competitividade depende da capacidade de otimizar processos, eliminar desperdícios e integrar pessoas, tecnologia e gestão. Foi exatamente nesse contexto que aplicamos metodologias como o BPM (Business Process Management) e o VSM (Value Stream Mapping) em projetos estratégicos no Polo Industrial de Manaus.

Essas ferramentas nos permitiram mapear, analisar e redesenhar processos de ponta a ponta, ao mesmo tempo em que identificamos gargalos e desperdícios ao longo da cadeia de valor, priorizando melhorias com impacto direto na produtividade.

Nos projetos que conduzimos em empresas do Polo Industrial de Manaus, conseguimos alcançar ganhos reais de produtividade de até 30%. Esses resultados foram possíveis porque trabalhamos juntos com as equipes internas, reduzindo etapas que não agregavam valor, balanceando linhas de produção, reorganizando fluxos logísticos e implementando indicadores de monitoramento em tempo real.

Ao mesmo tempo em que obtivemos resultados quantitativos, também constatamos avanços qualitativos, como maior engajamento das equipes, integração entre áreas e fortalecimento da cultura de melhoria contínua.

A experiência que vivenciamos no Polo Industrial de Manaus reforça que quando aplicamos metodologias consistentes, aliadas à disciplina e ao foco no valor entregue ao cliente, conseguimos transformar operações de maneira sustentável.

Mais do que técnicas, BPM e VSM se tornaram catalisadores dessa transformação, preparando as organizações para os desafios da Indústria 4.0 e consolidando uma visão de futuro mais ágil e colaborativa.

E você, como tem enxergado a aplicação de BPM e VSM em sua realidade? Estamos prontos para apoiar novos projetos que visam avançar na jornada de melhoria contínua e transformação de processos. Vamos juntos construir operações mais eficientes e sustentáveis.

 


A Competitividade Depende da Capacidade de Otimizar Processos

 


No cenário industrial atual, sabemos que a competitividade depende da capacidade de otimizar processos, eliminar desperdícios e integrar pessoas, tecnologia e gestão. Foi exatamente nesse contexto que aplicamos metodologias como o BPM (Business Process Management) e o VSM (Value Stream Mapping) em projetos estratégicos no Polo Industrial de Manaus.

Essas ferramentas nos permitiram mapear, analisar e redesenhar processos de ponta a ponta, ao mesmo tempo em que identificamos gargalos e desperdícios ao longo da cadeia de valor, priorizando melhorias com impacto direto na produtividade.

Nos projetos que conduzimos em empresas do Polo Industrial de Manaus, conseguimos alcançar ganhos reais de produtividade de até 30%. Esses resultados foram possíveis porque trabalhamos juntos com as equipes internas, reduzindo etapas que não agregavam valor, balanceando linhas de produção, reorganizando fluxos logísticos e implementando indicadores de monitoramento em tempo real.

Ao mesmo tempo em que obtivemos resultados quantitativos, também constatamos avanços qualitativos, como maior engajamento das equipes, integração entre áreas e fortalecimento da cultura de melhoria contínua.

A experiência que vivenciamos no Polo Industrial de Manaus reforça que quando aplicamos metodologias consistentes, aliadas à disciplina e ao foco no valor entregue ao cliente, conseguimos transformar operações de maneira sustentável.

Mais do que técnicas, BPM e VSM se tornaram catalisadores dessa transformação, preparando as organizações para os desafios da Indústria 4.0 e consolidando uma visão de futuro mais ágil e colaborativa.

E você, como tem enxergado a aplicação de BPM e VSM em sua realidade? Estamos prontos para apoiar novos projetos que visam avançar na jornada de melhoria contínua e transformação de processos. Vamos juntos construir operações mais eficientes e sustentáveis.

 


A Necessidade de Integrar a Inovação com a Prática do Pensar Diferente

 


No ambiente corporativo contemporâneo, muito se fala sobre a importância da inovação, da criatividade e da valorização de profissionais que "pensam fora da caixa". Na era da Inteligência Artificial, empresas destacam em seus discursos a busca por pessoas disruptivas, que desafiem padrões e contribuam com ideias originais.

No entanto, há uma contradição silenciosa que persiste. Enquanto se incentiva a ousadia criativa, muitas organizações ainda reforçam comportamentos padronizados, premiam a conformidade e marginalizam aqueles que destoam do status quo. É nesse contexto que a canção "Maluco Beleza", de Raul Seixas, ganha uma relevância simbólica ao retratar a tensão entre o desejo de ser autêntico e a pressão por se encaixar.

A letra da música expõe com simplicidade e profundidade o dilema de quem escolhe trilhar caminhos fora da norma. Enquanto muitos se esforçam para ser “sujeitos normais” e fazer “tudo igual”, há quem, como na letra do Raul, opte por aprender a ser um louco, controlando sua "maluquez" e misturando com a lucidez.

Essa metáfora é poderosa ao refletir a experiência de profissionais que possuem visões não convencionais e que, por isso, muitas vezes enfrentam resistência velada, julgamentos ou exclusão. O "maluco beleza" representa o perfil criativo e inquieto, que desafia modelos estabelecidos não por rebeldia vazia, mas por compreender que a verdadeira transformação exige coragem para ser e pensar diferente.

No mundo corporativo, o desafio é duplo. Por um lado, espera-se inovação constante. Por outro, ainda se aplicam estruturas rígidas de controle e avaliação baseadas em normas tradicionais de comportamento, linguagem e até aparência. Muitos talentos com potencial transformador acabam silenciados ou subaproveitados, não por falta de competência, mas por destoarem das expectativas não escritas de conformidade.

Nesse contexto, o discurso da inovação precisa estar alinhado com a prática do acolhimento à diversidade de pensamento e à pluralidade de estilos. Ser um "maluco beleza" no ambiente organizacional é, portanto, um ato de resistência e autenticidade. Significa manter viva a capacidade de questionar, propor novas rotas, enxergar além do óbvio, mesmo quando isso incomoda.

Para que essa figura não seja vista como uma ameaça, mas como um ativo estratégico, é fundamental que as lideranças promovam espaços de segurança psicológica, onde o diferente não seja apenas tolerado, mas valorizado. Desta forma, a mensagem para reflexão é: "A criatividade não floresce onde há medo. A ousadia não prospera onde há punição pela diferença."

Por fim, a reflexão que Raul Seixas nos convida a fazer é atual e necessária. Afinal, a verdadeira inovação só se realiza quando abrimos espaço para os “malucos”, aqueles que, com lucidez, têm a coragem de ser autênticos. Portanto, cabe às organizações decidirem se querem apenas parecer inovadoras ou se estão realmente dispostas a acolher a beleza do pensar diferente.

 


Vantagens do Lean Manufacturing e o VSM

 


Em cada transformação industrial existe uma história silenciosa que poucos veem, mas que muda profundamente a forma como a empresa opera. E, por trás dos números e metas, estão pessoas, processos e decisões que tornam o impossível algo alcançável.

Esses resultados que compartilho abaixo foram construídos com base na experiência vivenciada no segmento industrial Eletroeletrônico, onde pude liderar projetos desafiadores com foco em Lean Manufacturing, performance operacional e excelência no atendimento ao cliente.

O ponto de partida foi claro: reduzir desperdícios, aumentar eficiência e transformar resultados em valor tangível.

Com a aplicação do mapeamento de fluxo de valor (VSM), conseguimos identificar e eliminar atividades que não agregavam valor. O impacto foi direto: ampliamos a média de valor agregado de 3% para 10%. O redesenho de layout e a análise criteriosa dos tempos e métodos nos possibilitaram uma otimização significativa da mão de obra direta, gerando um benefício estimado em mais de €124 mil.

As máquinas também ganharam atenção estratégica. Com foco em cost avoidance, as melhorias implementadas nos equipamentos SMT Fuji NXT resultaram em uma economia de aproximadamente €1,84 milhão. Já o estoque em processo (WIP) foi reduzido de 5 dias para apenas 2 dias, com a adoção de fluxo contínuo e sistema puxado. Isso representou mais agilidade, menor capital imobilizado e melhor controle de produção.

Na frente da qualidade, o trabalho foi igualmente robusto. A performance no cliente melhorou significativamente, com a redução dos índices de defeito de 2626 para 1041 ppm. Internamente, as placas com defeito (bone pile) caíram de 9091 para 1299, mostrando que eficiência e qualidade podem caminhar juntas.

O fator humano também esteve no centro da estratégia. A taxa de absenteísmo da mão de obra direta foi reduzida de 8% para 3%, reflexo de um ambiente mais engajado, organizado e eficiente. Além disso, o processo de implantação de novos produtos (NPI) passou de zero para 100% de aderência entre planejamento e execução das trial runs.

Por fim, não menos importante, conseguimos reduzir as paradas não planejadas das máquinas SMT de 37% para 11%, reforçando o compromisso com a confiabilidade dos ativos e a excelência operacional.

Cada número aqui representa mais do que resultados. Representa esforço coletivo, análise crítica, foco na melhoria contínua e respeito pelas pessoas que fazem a indústria acontecer todos os dias.

Se existe uma certeza nesse caminho, é que a transformação começa nos detalhes e cresce com consistência. E foi exatamente assim que fizemos acontecer.

 


A competência de resolver problemas

 

 

Em um cenário profissional cada vez mais dinâmico, incerto e orientado por resultados, a capacidade de resolver problemas deixou de ser apenas desejável e passou a ser essencial. Mais do que uma habilidade técnica, trata-se de uma competência estratégica que impacta diretamente na eficiência, na inovação e na tomada de decisões das organizações. Profissionais que dominam essa competência são hoje os mais procurados e valorizados no mercado.

Resolver problemas vai muito além de reagir a situações adversas. Envolve pensamento crítico, raciocínio lógico, análise sistêmica e, principalmente, o uso estruturado de métodos e ferramentas reconhecidas. Conhecimentos práticos de técnicas como PDCA (Planejar, Executar, Verificar e Agir), 5W2H, Diagrama de Ishikawa, Análise de Causa Raiz (RCA) e os 5 Porquês fazem toda a diferença. Essas ferramentas ajudam a ir além dos sintomas, explorando as causas reais de um problema para que ele não volte a acontecer.

A competência de solucionar problemas também está intimamente ligada à capacidade de coletar, tratar e interpretar dados. A era da informação exige que as decisões sejam baseadas em fatos, não em suposições. Ferramentas como histograma, gráfico de Pareto e folha de verificação auxiliam na análise objetiva das situações, permitindo que o profissional proponha soluções viáveis, sustentáveis e com foco em melhoria contínua.

No ambiente corporativo, essa competência se destaca ainda mais quando o profissional consegue atuar de forma colaborativa, envolvendo diferentes áreas e promovendo o engajamento das equipes na busca por soluções. Problemas complexos raramente são resolvidos por uma única pessoa. Saber trabalhar com múltiplos pontos de vista e conduzir discussões produtivas é tão importante quanto dominar as ferramentas em si.

Empresas modernas já perceberam que, mais do que diplomas, elas precisam de talentos que saibam pensar, questionar, estruturar e agir. A competência de resolver problemas, quando bem desenvolvida, é uma ponte entre a teoria e a prática, entre o desafio e a entrega. É ela que permite transformar obstáculos em oportunidades e falhas em aprendizado.

Para quem busca se destacar, investir no aprimoramento dessa competência é uma escolha inteligente. Cursos, vivências em projetos, participação em grupos de melhoria e a busca constante por feedback são caminhos possíveis. Resolver problemas com método, clareza e propósito não apenas gera valor para a organização, mas posiciona o profissional como alguém confiável, preparado e pronto para evoluir. E é exatamente esse tipo de perfil que o mercado mais precisa hoje.

O saber é cognitivo e o fazer é emocional


“O saber é cognitivo e o fazer é emocional." Essa frase, à primeira vista simples, revela uma profunda verdade sobre o comportamento humano nas organizações e, por consequência, sobre os desafios enfrentados pelas empresas em seus processos de transformação, liderança e execução de estratégias.

No ambiente corporativo, o "saber" está associado ao domínio técnico, ao conhecimento adquirido, à capacidade de compreender processos, dados, metas e diretrizes. É o universo da cognição, onde raciocinamos, planejamos e estruturamos ideias. Saber o que precisa ser feito, por que deve ser feito e como deve ser feito é fundamental. No entanto, esse saber, por si só, não garante a ação

É no "fazer" que muitas empresas se deparam com um abismo silencioso. Agir exige mais do que compreensão racional. Envolve engajamento, pertencimento, motivação e, sobretudo, emoção. Entram em cena a coragem para mudar, a resiliência frente às dificuldades, a confiança nos líderes e a crença de que vale a pena investir energia na execução. Em outras palavras, enquanto o saber reside na mente, o fazer pulsa no coração.

Por isso, não basta treinar, informar ou capacitar colaboradores apenas com foco em conteúdo técnico. É preciso criar conexões emocionais genuínas com os objetivos organizacionais. As pessoas se movem por propósito, reconhecimento, cultura e sentido. Líderes que entendem isso conseguem mobilizar times para além da obrigação, cultivando engajamento real e sustentável.

Empresas que prosperam são aquelas que, além de disseminar conhecimento, sabem nutrir emoções positivas nos seus ambientes. Elas compreendem que a performance não nasce apenas do saber, mas da vontade de transformar esse saber em ação.

Nesse contexto, transformar conhecimento em comportamento é o grande desafio da gestão contemporânea. Porque, no final das contas, o verdadeiro diferencial competitivo não está apenas em saber o que fazer, mas em fazer o que precisa ser feito, com emoção, com sentido e com alma.


 

Aumento da Eficiência e da Capacidade Instalada

 


Expandir a capacidade instalada de uma operação não significa, necessariamente, investir em novas máquinas ou aumentar o espaço físico da planta. Muitas vezes, esse crescimento pode ser alcançado de forma mais eficiente e sustentável ao melhorar o uso dos recursos já existentes.

Nesse contexto, a engenharia industrial desempenha um papel estratégico ao direcionar esforços para aumentar a eficiência, reduzir custos, eliminar gargalos e combater desperdícios. Um dos pilares desse processo é o combate aos 3M’s da filosofia Lean: Muda, Mura e Muri.

O Muda representa tudo aquilo que não agrega valor ao produto ou serviço final. É caracterizado pelo excesso de movimentações, estoques desnecessários, retrabalhos ou esperas entre processos. Eliminar essas atividades é fundamental para liberar recursos que estavam sendo subutilizados e, assim, ampliar a capacidade produtiva sem aumentar os custos operacionais.

O Mura, por sua vez, refere-se às variações e inconsistências nos processos. Produções irregulares, falta de padronização e variações de qualidade são exemplos comuns que afetam diretamente o fluxo contínuo e comprometem a entrega ao cliente. Ao suavizar essas variações, promove-se estabilidade operacional, o que facilita o planejamento, reduz perdas e aumenta a previsibilidade dos resultados.

Já o Muri trata dos excessos e sobrecargas, tanto de equipamentos quanto de pessoas. Operações sobrecarregadas tendem a falhar mais rapidamente, gerando custos elevados com manutenção corretiva, absenteísmo ou queda na produtividade. A eliminação do Muri contribui para um ambiente de trabalho mais saudável e seguro, além de aumentar a vida útil dos recursos e permitir maior estabilidade no desempenho das operações.

A integração dessas três abordagens possibilita não apenas uma significativa expansão da capacidade instalada, mas também promove uma transformação na cultura organizacional. A busca contínua pela excelência operacional passa a ser parte da rotina, e os ganhos são refletidos na redução de custos, no aumento da competitividade e na geração de valor para o cliente.

Portanto, investir na melhoria da eficiência interna, por meio da engenharia industrial e da filosofia Lean, é uma estratégia inteligente e sustentável para empresas que desejam crescer sem necessariamente ampliar seus ativos físicos. É a capacidade de fazer mais com menos, com qualidade, previsibilidade e foco em resultados.


quinta-feira, 10 de julho de 2025

A Integração da Tríade TPM, SMED e OEE

 

A busca pela excelência operacional nas indústrias modernas tem como pilares estratégicos a tríade formada pelo TPM (Total Productive Maintenance), o SMED (Single-Minute Exchange of Die) e o OEE (Overall Equipment Effectiveness). A integração dessas metodologias não representa apenas uma decisão inteligente, mas uma necessidade para alcançar altos níveis de desempenho, confiabilidade e competitividade, especialmente nos ambientes de manufatura enxuta presentes nos setores eletroeletrônico e de injeção plástica.

O TPM propõe uma abordagem colaborativa e preventiva para maximizar a eficiência dos equipamentos. Por meio do envolvimento de todos os colaboradores, promove práticas de manutenção planejada, preventiva e autônoma, com o objetivo de eliminar falhas, ampliar a vida útil dos ativos e desenvolver uma cultura de cuidado e responsabilidade técnica.

O SMED, por sua vez, foca na redução significativa dos tempos de setup, viabilizando maior flexibilidade na produção e rápida adaptação às demandas do mercado. A aplicação correta dessa técnica envolve a separação de tarefas internas e externas, a padronização de procedimentos e o uso de dispositivos que simplificam e aceleram os ajustes operacionais.

Já o OEE se apresenta como indicador-chave para medir a eficácia real dos equipamentos, consolidando os fatores de disponibilidade, desempenho e qualidade em um único valor. Integrar esse indicador às práticas de TPM e SMED permite enxergar de forma precisa o impacto das melhorias na produtividade industrial.

Na indústria eletroeletrônica, a sinergia entre TPM, SMED e OEE trouxe resultados concretos. Uma empresa de montagem de placas enfrentava paradas frequentes e setups longos nas máquinas pick-and-place. Com a implementação do TPM, houve uma redução de 35% nas falhas mecânicas em apenas seis meses. O SMED, aplicado à troca de componentes, reduziu o tempo de setup pela metade. Como consequência, o OEE geral da planta teve um crescimento de 22%, refletido em entregas mais ágeis e menos retrabalho.

Já no setor de injeção plástica, uma fábrica de peças automotivas superou perdas e ineficiências ao aplicar diariamente a manutenção autônoma, identificando precocemente o desgaste dos moldes. O SMED reorganizou o processo de troca entre peças distintas, diminuindo o tempo de setup de duas horas para apenas trinta minutos. Como resultado, o OEE da célula piloto saltou de 58% para 80%, evidenciando ganhos expressivos em produtividade e qualidade.

Vale destacar que essa integração não acontece por acaso, pois é impulsionada por liderança engajada, participação ativa das equipes e uma cultura de melhoria contínua. O TPM assegura que os equipamentos estejam confiáveis e os operadores devidamente preparados. O SMED permite que as trocas entre produtos ocorram com rapidez e eficiência. O OEE, por sua vez, atua como termômetro da operação, fornecendo dados objetivos que direcionam decisões ágeis e bem fundamentadas.

É importante destacar que a implantação dessas metodologias exige um processo estruturado. Tudo começa com o TPM, base para a confiabilidade dos ativos. Realiza-se primeiro um diagnóstico das falhas e perdas, que embasa treinamentos e a adoção de práticas de manutenção autônoma e planejada. A aplicação dos pilares do TPM, como melhoria específica e gestão visual, promove uma cultura preventiva que se fortalece com auditorias e ciclos PDCA.

Após estabilizar os equipamentos e qualificar os operadores, o foco volta-se ao SMED, cuja implementação começa com a observação e registro do processo de setup. A separação das atividades, aliada à reorganização operacional e à padronização com apoio de checklists e treinamentos, possibilita reduções significativas de tempo e ganhos em flexibilidade.

Em seguida, o OEE é implantado como métrica de eficácia. Define-se o ativo a ser monitorado, coleta-se dados de disponibilidade, desempenho e qualidade, e calcula-se o índice com base nesses elementos. A gestão visual dos resultados e a análise contínua fomentam decisões precisas e sustentam planos de ação com foco em resultados.

Por fim, quando aplicadas em conjunto, essas metodologias criam um ciclo virtuoso no chão de fábrica. O TPM garante estabilidade e confiança, o SMED traz velocidade e adaptabilidade, e o OEE quantifica o desempenho e impulsiona melhorias. Portanto, a aplicação dessa tríade vai além de números: ela fortalece o protagonismo da equipe, fideliza clientes e promove negócios mais sustentáveis. O segredo está em perceber que essas ferramentas não são ações isoladas, mas engrenagens de um mesmo propósito: produzir com inteligência, eficiência e envolvimento genuíno.

 


terça-feira, 8 de julho de 2025

A Crise da Responsabilidade Fiscal e a Ineficiência Estrutural da Gestão Pública


O Brasil enfrenta uma crise na responsabilidade fiscal, causada pela ineficiência estrutural da gestão pública, o que compromete a qualidade dos serviços entregues à população e coloca em risco a sustentabilidade fiscal do Estado.

Nesse sentido, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF – Lei Complementar nº 101/2000) foi criada para impor disciplina na administração dos recursos públicos. Porém, sem um modelo de gestão voltado para a eficiência, resultados concretos e geração de valor, a lei se torna letra morta.

Hoje, o grande desafio da gestão pública brasileira não é apenas cortar gastos, mas gastar melhor, com inteligência, transparência e foco nas reais necessidades do cidadão. Isso exige mais do que controle contábil, mas também uma mudança de paradigma na forma de gerir o setor público.

Sendo assim, é urgente a adoção de técnicas modernas de gestão que combinem eficiência operacional, avaliação de desempenho e uso racional dos recursos, promovendo a responsabilidade fiscal de maneira prática e contínua.

Para isso, modelos de gestão baseados em eficiência, inovação e entrega de valor, amplamente utilizados no setor privado, precisam ser incorporados com urgência na administração pública.

A definição de indicadores de performance claros, o monitoramento sistemático de metas, o uso de dados para embasar decisões e o engajamento das equipes públicas com foco em melhoria contínua podem ser estratégias essenciais para um Estado que deseja ser fiscalmente equilibrado e socialmente relevante.

Ao contrário do que se pensa, a responsabilidade fiscal não se resume a cortar orçamento. Ela passa por maximizar o valor entregue à sociedade com os recursos disponíveis, eliminando desperdícios, priorizando investimentos de alto impacto social e garantindo que cada real público seja bem aplicado.

Contudo, isso só é possível com uma gestão orientada por processos, resultados e desempenho mensurável. O resultado são serviços públicos de qualidade, prestados com agilidade, humanidade e responsabilidade.

Com esse objetivo, faz-se necessário que o Estado se reinvente, adotando um modelo de gestão que trate o cidadão como cliente principal e a eficiência como compromisso inegociável. Essa transformação não é apenas técnica, mas cultural.

Além disso, requer lideranças públicas preparadas, equipes capacitadas e uma visão clara de que o Estado existe para servir com excelência e responsabilidade. Portanto, não há mais espaço para uma gestão pública que apenas “administra” orçamentos. É hora de gerir com foco em valor, impacto e sustentabilidade fiscal.

A verdadeira responsabilidade fiscal não está apenas nos limites da lei, mas na capacidade de entregar resultados reais para quem mais importa: a sociedade.


Qual a Diferença entre Manipular e Influenciar?

 

Influenciar sem cair na armadilha da manipulação passa antes por compreender as necessidades e expectativas de cada pessoa envolvida num projeto ou negociação. Esse processo começa com o reconhecimento de que relações humanas são fundamentadas em confiança e respeito mútuo, não em fórmulas prontas ou artifícios de persuasão coercitivos.

Quando você estabelece uma conexão sincera, demonstrando empatia e praticando a escuta ativa, cria-se um ambiente propício ao diálogo. Mostrar interesse genuíno pelos desafios e objetivos do outro faz com que ele passe a enxergar sua proposta não como uma imposição, mas como uma solução potencial para problemas reais.

Ao oferecer valor antecipadamente, ativamos a regra da reciprocidade de forma voluntária. Se você compartilha informações, recursos ou insights que ajudem seu interlocutor a avançar, ele naturalmente sentirá o impulso de retribuir. Esse ciclo de troca fortalece o relacionamento e gera abertura para discussões mais profundas sobre o que cada um pode conquistar juntos.

É fundamental apresentar o “porquê” da sua proposta, conectando-a a um propósito claro. Decisões baseadas em razões legítimas tendem a ser mais duradouras e aceitas com maior entusiasmo. A criação de um senso de oportunidade autêntico acelera compromissos sem recorrer a pressões artificiais, pois a urgência emerge do alinhamento entre o timing do projeto e as metas estratégicas de quem participa.

A prova social desempenha papel decisivo em contextos técnicos. Apresentar estudos de caso, indicadores de performance e exemplos concretos de organizações que obtiveram sucesso reforça a credibilidade da sua solução. Dados bem apresentados reduzem a incerteza e demonstram que aquela escolha já foi validada por outros profissionais em condições semelhantes.

Oferecer opções em vez de uma única via de ação empodera os envolvidos, pois mantém o controle nas mãos de quem decide. Essa flexibilidade diminui resistências e facilita o comprometimento. Antecipar possíveis objeções, apresentando soluções para riscos e barreiras antes que eles surjam, reforça a percepção de preparo e respeito pelo ponto de vista do outro.

Além das técnicas, a postura profissional faz diferença. Manter clareza, equilíbrio entre confiança e humildade e dar pequenos “sim” iniciais ajuda a aquecer o acordo maior. Os compromissos graduais constroem momentum e validam o valor das ações sugeridas, pavimentando o caminho para decisões mais complexas.

Em síntese, influenciar eficazmente em engenharia ou em qualquer outro campo passa pela geração de valor, pela construção de confiança e por um propósito compartilhado. Quando a proposta reflete genuinamente a solução de um problema e respeita a autonomia de todos, as partes escolhem cooperar não porque foram manipuladas, mas porque foram inspiradas a agir.

 


Quem você prefere ser? Aquele que constrói ou aquele que destrói?

 

Numa terça-feira chuvosa, José acordou mais cedo que o habitual. Tinha uma reunião importante com o Chefe e queria estar preparado para mostrar os ótimos resultados. Separou os documentos, conferiu os dados, tomou um gole de café e saiu com tempo de sobra.

Porém, o trânsito da cidade tinha outros planos para José. Um acidente feio paralisou a via de acesso ao trabalho, com carros parados e buzinas nervosas. José até avisou pelo celular, mas chegou 20 minutos atrasado na reunião.

Ofegante, entrou na sala de reuniões e pediu desculpas. Seguiu-se a pauta normalmente e ninguém pareceu dar muita importância.

Após a reunião, alguém inicia uma FOFOCA:

— "Você viu? José chegou atrasado." - disse alguém entre uns goles de café.

Na sequência, alguém aumentou a fofoca e ainda acrescentou uma “pitada” de mentira:

— "Já percebeu? O José sempre chega atrasado nas reuniões. Isso pega mal."

Em poucos dias, os comentários maldosos se transformaram em uma grave acusação:
— "Ouvi dizer que o José acha as reuniões do Chefe uma perda de tempo e vive reclamando, dizendo que são chatas e inúteis."

A mentira caiu como gasolina em brasa e se espalhou nos corredores:

— "É verdade que o José e o Chefe estão se estranhando? Dizem que o clima tá bem tenso."

Na semana seguinte, como ninguém foi checar a verdade, José recebeu uma notificação formal de desligamento. Qual o motivo? dificuldades de relacionamento interpessoal.

É claro que a real causa do desligamento não estava escrito nos papéis, mas estavam nos sussurros dos fofoqueiros e nas mentiras espalhadas que jamais foram verificadas e desmentidas.

Infelizmente, José saiu pela mesma porta onde havia entrado várias vezes com brilho nos olhos, muita motivação e ótimos resultados. Porém, agora, triste e carregando nas costas o peso de uma história inventada e que não era dele.

O fato é que José foi vítima de uma situação muito comum nas empresas, mas devastadora: a cultura da fofoca desenfreada.

O atraso para uma reunião se transformou em um turbilhão de mal-entendidos e falsidades que destruíram sua reputação. O que começou como um comentário aparentemente inofensivo evoluiu para uma narrativa tóxica, alimentada pelas mentiras, a falta de verificação e o prazer inconsequente de espalhar falsas informações.

Quantas vezes julgamos alguém sem conhecer toda a verdade? O fato é que a fofoca pode parecer trivial, mas tem o poder de arruinar carreiras, relacionamentos e até a autoestima das pessoas envolvidas. José não perdeu seu emprego por baixa performance ou comportamento inadequado, mas sim porque a realidade dos fatos não foi verificada.

Nesse contexto, ao ouvirmos algo sobre alguém, vale a pena pensar: será que isso é verdade? será que precisamos repassar? Não seria melhor ouvir a versão do José? O fato é que o impacto de nossos comentários é muito maior do que imaginamos.

Quem você prefere ser? Aquele que constrói ou aquele que destrói?

 


"Dimidium Facti qui Coepit Habet" --> "Quem Começou tem Metade Feito".


 

Cada novo dia surge como uma tela em branco, oferecendo ao profissional a oportunidade de agir e transformar ideias em resultados concretos. A máxima latina Dimidium facti qui coepit habet – “quem começa tem metade feito” – destaca o poder do primeiro passo: ao romper a inércia, já avançamos significativamente em direção aos nossos objetivos.

Quando decidimos iniciar uma tarefa, seja um projeto estratégico ou um simples aprimoramento de processo, a própria ação traz impulso e clareza. Essa motivação inicial reduz as incertezas e torna o caminho subsequente mais previsível. No ambiente organizacional, essa lição se reflete na importância de promover protótipos rápidos e pilotos controlados antes de escalar uma iniciativa, garantindo que cada avanço gere valor imediato.

A segunda parte da máxima, sapere aude – “ouse saber” –, reforça que não basta agir se não cultivarmos uma mente questionadora. O aprendizado contínuo exige curiosidade ativa, pesquisa fundamentada e disposição para desafiar pressupostos. Em equipes de alta performance, estimular debates baseados em dados e revisitar premissas consolidadas são práticas que garantem decisões mais precisas e inovadoras.

Essas duas ideias se complementam de forma natural: ao dar o primeiro passo, criamos um ambiente propício para descobrir lacunas de conhecimento; ao buscar entendimento profundo, tornamos a próxima ação ainda mais eficaz. Essa sinergia é fundamental em metodologias ágeis, em que ciclos de experimentação e feedback alimentam uma cadência constante de melhoria, alinhada às metas estratégicas da empresa.

No dia a dia corporativo, aplicar esse princípio significa incentivar cada colaborador a assumir responsabilidades e a compartilhar aprendizados. Workshops de solução de problemas, comunidades de prática e gemba walks são exemplos de ferramentas que combinam a ousadia de começar com a coragem de saber, transformando insights em padrões de trabalho.

Em um cenário de mudanças rápidas e demandas complexas, quem integra a coragem de iniciar com o desejo de aprender constrói vantagem competitiva sustentável. A ousadia de começar dá o impulso inicial; a coragem de saber ilumina o percurso, garantindo que cada etapa agregue valor real e mantenha a organização em movimento constante rumo ao sucesso.

 


A Integração entre o VSM e o Lean


O mapeamento do fluxo de valor é a espinha dorsal da manufatura enxuta, pois oferece uma visão completa de todas as etapas pelo qual passam materiais e informações. Ao desenhar o fluxo atual, a organização identifica onde se escondem gargalos, estoques intermediários excessivos e atividades que não geram valor.

Durante esse levantamento, cada etapa é classificada de acordo com o papel que desempenha: processos que agregam valor direto ao cliente, atividades necessárias para garantir a qualidade e tarefas que podem ser eliminadas. Com essa distinção clara, torna-se possível direcionar esforços apenas ao que realmente contribui para a experiência final.

A partir das descobertas do mapeamento, a empresa reduz o lead time de manufatura ao expor tempos de espera desnecessários, deslocamentos inúteis e retrabalhos. Essa clareza permite estabelecer ações de melhoria como balanceamento de linha para equalizar a carga de trabalho, redução dos níveis de estoque e reorganização do layout para encurtar distâncias percorridas.

Em um caso concreto, a aplicação dessas iniciativas resultou em queda de 1,6 dia no ciclo total de produção, equivalente a uma redução de 33,47% no lead time. Esse ganho expressivo mostra como intervenções pontuais, quando orientadas pelo VSM, podem transformar a performance operacional.

Mais do que uma ferramenta de diagnóstico, o mapeamento do fluxo de valor fortalece a cultura de decisão baseada em dados. Ao tornar transparente cada indicador e cada ponto crítico, as equipes se engajam na identificação de melhorias, alimentando um ciclo contínuo de aprendizagem e refinamento de processos.

Com processos mais enxutos e alinhados às necessidades do cliente, a manufatura ganha agilidade para responder a mudanças de demanda, flexibilidade para personalizar produtos e competitividade para operar com custos menores e qualidade superior.

Se a sua empresa ainda não explorou o potencial do VSM ou busca orientação para iniciar um projeto, envolver especialistas no desenho e na execução do ciclo de mapeamento é o passo mais seguro para acelerar resultados e sustentar ganhos de eficiência.

O primeiro passo para explorar o potencial do VSM é mapear o estado atual do fluxo de valor, registrando cada etapa pela qual passam materiais e informações. Essa visão “as is” expõe tempos de espera, estoques intermediários e retrabalhos que permanecem invisíveis em relatórios isolados, mas que prolongam o lead time e corroem a produtividade.

Ao detalhar o fluxo, distinga atividades que agregam valor direto ao cliente, etapas necessárias para assegurar qualidade e operações puramente geradoras de desperdício (muda). Essa triagem orienta a priorização de ações e evita que esforços de melhoria se dispersem em tarefas que não movem o processo para frente.

Com o “as is” em mãos, projete um fluxo futuro ideal onde os desperdícios sejam eliminados ou reduzidos ao mínimo. A meta é criar um mapa “to be” que incorpore balanceamento de linha, níveis de estoque enxutos, layout otimizado e trabalho padrão. Cada ação recebe responsável, prazo e indicador de sucesso, garantindo foco e accountability.

Além disso, transforme o estado futuro em realidade por meio de pilotos controlados, treinamentos e comunicação transparente. Utilize ferramentas digitais para workflow e gestão visual, validando cada melhoria no chão de fábrica antes de expandi-la. Essa abordagem faseada minimiza riscos e acelera ganhos iniciais, servindo de prova de conceito para o rollout completo.

Por fim, incorpore ciclos PDCA, gemba walks e revisões periódicas para manter o VSM ativo. Monitore indicadores como lead time, takt time e OEE em dashboards compartilhados, promovendo revisões colaborativas que ajustem processos sempre que novos desperdícios surgirem. Assim, cada iteração alimenta o próximo mapeamento, consolidando uma cultura de eficiência e inovação constante.

 


A Tríade: Modelagem, Remodelagem e Implementação

 

A eficiência organizacional nasce do mapeamento claro dos fluxos de trabalho, que funcionam como o esqueleto sobre o qual todas as atividades se articulam. Modelar processos é o primeiro passo para revelar gargalos, desperdícios e oportunidades de ganho de produtividade. Ao desenhar cada etapa com precisão e registrar suas interações, a empresa ganha visibilidade sobre custos, tempos e responsabilidades, criando um ponto de partida objetivo para a melhoria.

A partir desse modelo inicial, o redesenho contínuo passa a ser uma prática cotidiana. Utilizando técnicas como Value Stream Mapping, análise de causa raiz e indicadores de desempenho, as equipes identificam quais atividades agregam valor e quais podem ser simplificadas ou eliminadas. Esse exercício constante de revisão transforma processos engessados em fluxos dinâmicos, capazes de se adaptar a novas demandas e de reduzir o lead time de entrega.

Implementar mudanças nos processos requer disciplina e governança. É essencial definir pilotos, estabelecer metas de melhoria e criar um cronograma de roll-out que minimize riscos. Ferramentas de workflow e automação podem acelerar a adoção, mas dependem de uma comunicação clara com os envolvidos. Cada etapa revisada deve ser validada com testes práticos, feedback dos operadores e ajustes rápidos para assegurar que o impacto seja positivo e mensurável.

A verdadeira transformação acontece quando essa tríade,modelagem, remodelagem e implementação, se integra a um ciclo estruturado de melhoria contínua. Monitorar indicadores de eficiência, promover gemba walks e revisitar regularmente os processos garantem que conquistas pontuais não se percam com o tempo. Além disso, documentar lições aprendidas e atualizar rotinas consolida o conhecimento e fortalece a cultura de excelência operacional.

Em mercados cada vez mais competitivos, adotar técnicas de aprimoramento de processos deixa de ser luxo para virar condição indispensável à sobrevivência. Organizações que abraçam essa abordagem constroem bases sólidas para crescer de forma sustentável, aumentando a produtividade sem sacrificar a qualidade e mantendo-se ágeis diante das evoluções do negócio.

Nesse contexto, o primeiro passo é entender e documentar “como as coisas acontecem hoje”. Reúna representantes de todas as áreas envolvidas em workshops colaborativos, use observação direta e entrevistas para mapear cada etapa do fluxo de trabalho. Escolha uma notação adequada à maturidade da equipe—pode ser um fluxograma simples ou um diagrama em BPMN—e registre entradas, saídas, responsáveis e indicadores. O resultado é um modelo “as is” que serve de base para identificar gargalos, atividades que não agregam valor e oportunidades de automação.

Com o processo atual claramente desenhado, aplique técnicas de análise como Value Stream Mapping, análise de causa raiz e matriz de priorização. Defina quais etapas devem ser eliminadas, simplificadas ou combinadas, e desenhe o modelo “to be” incorporando práticas Lean ou melhores práticas de mercado. Sempre que possível, simule o novo fluxo em pequena escala ou em ambiente virtual para validar tempos de ciclo, recursos necessários e impacto nos indicadores. Essa fase é colaborativa: envolva operadores, especialistas em TI e gestores para garantir que a solução seja realista e aderente ao dia a dia.

Para colocar o novo processo em operação, elabore um plano de rollout que inclua cronograma, responsáveis e metas de performance. Previna resistências com comunicação transparente sobre benefícios, treine as equipes em procedimentos e ferramentas, e estabeleça checkpoints para coletar feedback imediato. Utilize pilotos controlados antes de expandir para toda a organização, ajustando o desenho conforme surgirem imprevistos. Integre sistemas de workflow ou BPMS para facilitar o compliance e gerar trilhas de auditoria.

Além disso, mesmo após a implementação, mantenha o processo vivo por meio de ciclos PDCA (Plan, Do, Check, Act), revisões periódicas e gemba walks. Monitore métricas de lead time, retrabalho, custos e satisfação do cliente interno ou externo. Documente aprendizados e atualize manuais operacionais, promovendo sessões de lições aprendidas e comunidades de prática. Assim, cada nova necessidade de mudança retroalimenta a modelagem e inicia um novo ciclo de remodelagem, fortalecendo a cultura de melhoria contínua.

Por fim, vincule a gestão de processos à governança corporativa definindo papéis claros, políticas de revisão e indicadores estratégicos. Apoie-se em ferramentas digitais que centralizem mapas de processo, dashboards de performance e alertas de desvios. Quando todos entendem como cada fluxo tangibiliza a estratégia, a organização eleva sua produtividade, reduz desperdícios e ganha agilidade para responder a novas demandas.

 


Solucionar Problemas: Um Diferencial Competitivo nas Organizações


 

Imagine a empresa como um navio navegando em mar aberto rumo aos seus objetivos estratégicos. Quando uma tempestade imprevista surge, um vazamento no casco ou um leme danificado ameaça desviar o curso planejado. Sem profissionais capacitados para diagnosticar o problema, planejar a correção e recalcular a rota, esse navio corre o risco de afundar. Esse cenário evidencia a necessidade de preparação e agilidade diante de desafios inesperados.

Os solucionadores de problemas agem como marinheiros experientes que mantêm o rumo mesmo sob forte turbulência. Eles seguem métodos estruturados para avaliar a situação, identificar a causa raiz dos imprevistos e desenhar contra-medidas eficazes. Em vez de reagir de forma impulsiva, essas equipes adotam sequências lógicas de observação, análise e validação. Sua atuação sistemática garante respostas rápidas e confiáveis diante da complexidade.

Contudo, a proficiência técnica precisa se apoiar em processos claros de interpretação de dados. Ferramentas avançadas e modelos analíticos oferecem insumos valiosos, mas só se tornam efetivos quando inseridos em fluxos bem definidos. Profissionais de resolução de problemas utilizam indicadores, gestão visual e checkpoints de progresso para transformar informações em insights acionáveis. Essa combinação de inputs quantitativos e etapas metodológicas consolida decisões embasadas.

As habilidades interpessoais têm papel igualmente decisivo em momentos críticos. A empatia permite que receios e riscos implícitos sejam trazidos à tona, preservando a coesão e o engajamento do time. A comunicação clara alinha todos os envolvidos em torno de um propósito comum e previne mal-entendidos que podem comprometer a ação. A colaboração assegura soluções construídas coletivamente, reforçando o compromisso com o resultado.

Cada desafio superado vira uma lição que fortalece a resiliência organizacional. Ao documentar práticas bem-sucedidas e atualizar procedimentos padrões, a empresa constrói um repositório crescente de conhecimento. Esse ciclo de aprendizado contínuo não só refina competências como também otimiza processos. Com o tempo, o “navio” ganha estabilidade e flexibilidade para enfrentar novas tempestades.

Num ambiente em constante transformação, a capacidade de adaptação e inovação define o sucesso sustentável. Desenvolver a competência de resolver problemas é equivalente a equipar a embarcação com uma bússola e um sextante confiáveis. Trata-se de promover não apenas treinamentos técnicos, mas também um mindset de curiosidade, responsabilidade e aprendizado colaborativo. Organizações que investem nessa combinação navegam com confiança e alcançam seus destinos mesmo nos mares mais tempestuosos.

 


A Governança Corporativa tem seu alicerce nos processos.


 

É comum que estratégias bem definidas fiquem no papel quando não ganham contornos claros em processos operacionais. A geração de valor acontece na linha de frente, onde cada passo precisa refletir os objetivos traçados em reuniões de diretoria e planejamentos de longo prazo. Sem essa ponte entre a visão estratégica e as ações diárias, a empresa corre o risco de dispersar esforços em atividades que não contribuem para suas metas centrais.

Para tornar a estratégia efetiva, é preciso desdobrar cada objetivo em rotinas e procedimentos concretos. Metas de crescimento devem resultar em fluxogramas de vendas e atendimento, estratégias de qualidade se traduzem em checklists de inspeção e protocolos de controle, enquanto iniciativas de inovação pedem indicadores de pesquisa e etapas de validação. Esse alinhamento garante que todos os departamentos saibam exatamente como suas tarefas impactam o resultado global.

Quando os objetivos estratégicos não são suportados por processos específicos, cria-se um vácuo entre o “o que queremos” e o “como fazemos”. Equipes ficam sem direção clara, prioridades se atropelam e indicadores deixam de apontar verdadeiros gargalos. A consequência é uma execução fragmentada, em que conquistas pontuais não se somam a um propósito comum.

A solução exige governança que assegure a tradução estratégica em processos tangíveis, combinada a ciclos de monitoramento e melhoria contínua. Revisões periódicas de procedimentos, responsáveis designados pela evolução de cada fluxo e métricas que conectem resultados operacionais às metas corporativas formam o alicerce de uma operação coerente. Só assim a estratégia deixa de ser um enunciado de intenções para se tornar uma rotina viva, capaz de orientar o dia a dia e garantir o alcance dos resultados desejados.

Uma governança eficaz parte do princípio de que processos são a materialização da estratégia. Para isso, é indispensável estabelecer uma estrutura de regras, papéis e responsabilidades que padronize todas as iniciativas de gestão de processos e garanta sua coerência com os objetivos organizacionais. Na prática, isso significa criar um modelo formal de governança de processos, apoiado em políticas claras de documentação, decisão e monitoramento, de modo que cada fluxo de trabalho tenha um responsável pela sua evolução e aferição de resultados.

O segundo passo é articular o planejamento estratégico à arquitetura de processos. Começa-se pelo mapeamento da cadeia de valor, seguido da definição de macroprocessos, processos e subprocessos, conforme a hierarquia estabelecida nos referenciais de governança. A cada nível, vincula-se um ou mais objetivos estratégicos, de forma que indicadores e metas façam parte dos artefatos de desenho de processo. Dessa forma, cada etapa operacional deixa de ser uma simples atividade isolada para tornar-se um elo no cumprimento das metas corporativas.

Para suportar essa estrutura, deve-se adotar um ciclo contínuo de governança: normatizar a notação de processos (por exemplo, BPMN), definir cadências de revisões, instituir comitês de decisão e consolidar painéis de desempenho que cruzem dados estratégicos e operacionais. As auditorias internas ou revisões periódicas garantem a aderência dos procedimentos às diretrizes traçadas, permitindo corrigir desvios antes que afetem resultados e promover melhorias de forma proativa.

A transformação digital é outro pilar dessa governança. É preciso centralizar as informações estratégicas em plataformas que integrem planejamento e execução, democratizando o acesso a dados de desempenho e possibilitando decisões em tempo real. Dashboards, sistemas de workflow e ferramentas de colaboração facilitam o alinhamento entre áreas e reduzem o gap entre o que foi planejado e o que está sendo executado, dando visibilidade imediata sobre o cumprimento das rotinas que traduzem a estratégia em ação diária.

Por fim, a sustentabilidade dessa governança depende da capacitação contínua das equipes e da profissionalização das lideranças. Treinamentos regulares, comunidades de prática e avaliações periódicas de maturidade de processos estimulam a adoção de padrões e reforçam a cultura de melhoria contínua. Quando todos compreendem como cada processo tangibiliza a estratégia e assumem a responsabilidade pelos resultados, a governança deixa de ser um instrumento burocrático e passa a ser o motor que mantém a organização focada, ágil e alinhada aos seus objetivos mais elevados.

 

A Gestão da Mudança e as Organizações que Aprendem


A transformação de uma empresa tradicional em uma Organização que Aprende começa com um processo de gestão da mudança ancorado no planejamento estratégico e no Sistema de Gestão Integrado. Antes de tudo, é fundamental mapear os processos-chaves, padronizar suas etapas e conectá-los diretamente aos objetivos de negócio. Esse diagnóstico inicial cria um referencial claro sobre onde a empresa está hoje e aponta os caminhos para alinhar cada atividade aos princípios do Lean Thinking e ao jeito de ser da organização.

Com esse cenário levantado, o próximo passo é engajar os líderes e as equipes na visão de futuro. A liderança deve assumir o papel de guardiã das mudanças, comunicando com transparência os motivos da iniciativa, os benefícios esperados e o papel de cada colaborador nessa jornada. Ao envolver pessoas de todos os níveis hierárquicos desde o início, garante-se que a mudança cultural se espalhe de forma orgânica e sustentável, reduzindo resistências e criando um sentimento de responsabilidade compartilhada.

Em seguida, a empresa desenha um portfólio de iniciativas práticas que estimulem o aprendizado contínuo. Treinamentos integrados, workshops de resolução de problemas e comunidades de prática são exemplos de ações que colocam as ferramentas Lean e as técnicas de melhoria em uso colaborativo. Esses espaços de experimentação permitem que os colaboradores testem novas ideias, compartilhem resultados e ajustem rapidamente abordagens que não geram valor.

No momento em que os ciclos de análise, solução e melhoria passam a funcionar de forma cíclica, o processo deixa de ser apenas um conjunto de projetos pontuais e se converte num sistema vivo. Cada iteração gera aprendizados que alimentam o próximo ciclo, impulsionando ajustes em fluxos de trabalho, redefinições de indicadores e aperfeiçoamento de rotinas. É esse movimento de feedback constante que garante a adaptação rápida a desafios emergentes e fortalece a resiliência organizacional.

Para que todo esse sistema se torne um hábito, é preciso institucionalizar práticas de gestão visual, reuniões one-on-one e gemba walks voltadas ao compartilhamento de conhecimento. Quando gestores e operadores utilizam esses momentos para trocar aprendizados, resolver obstáculos na linha de frente e reconhecer conquistas, o processo de mudança ganha corpo e a cultura de aprendizagem se consolida.

Finalmente, a verdadeira métrica de sucesso surge quando cada colaborador defende e aprimora esse sistema de forma espontânea. Nesse estágio, não é mais necessário recorrer a manuais ou comitês para começar uma iniciativa de melhoria. A empresa se transforma num espaço onde os erros são inteligências em construção e onde o crescimento individual e coletivo caminha lado a lado. Assim, a gestão da mudança deixa de ser um esforço isolado e se converte na força motriz de uma organização que aprende, inova e prospera de forma sustentável.

 


O Perigo das "Armadilhas Digitais 4.0"


A corrida para adotar práticas da Indústria 4.0 pode levar gestores a confiar excessivamente em indicadores e painéis de controle, sem perceber que dados remotos nem sempre espelham com fidelidade a realidade operacional. Em um centro de atendimento de telefonia móvel, vivenciei esse desequilíbrio entre o virtual e o concreto ao aguardar por mais de uma hora na fila, enquanto apenas um entre sete guichês chamava senhas. A concentração de operadores em frente aos computadores criava a falsa impressão de pleno atendimento, quando na prática cinco postos permaneciam vazios.

Ao relatar o problema ao gerente, ele se baseou exclusivamente no status de “log on” registrado em seu sistema, acreditando que todos os atendentes estavam efetivamente em serviço. Somente quando o conduzi até o local de atendimento ele constatou que aquela plataforma digital não capturava ausências, pausas indevidas ou a falta de preparo para iniciar o próximo cliente. A surpresa mostrou a fragilidade de decisões tomadas apenas a partir de métricas desconectadas do ambiente de trabalho.

Em poucos minutos, a presença do gerente no genba estimulou a mobilização imediata da equipe. Novas atendentes ocuparam os guichês vagos, enquanto outras começaram a filtrar em antecipação as solicitações dos clientes, acelerando o fluxo de atendimento. Essa simples mudança de postura, de acompanhar o processo em tempo real em vez de observar gráficos, restaurou a eficiência e demonstrou como pequenas ações no chão de fábrica impactam diretamente os resultados.

O princípio de genchi genbutsu, nascido no Sistema Toyota de Produção, reforça que “ir e ver” é essencial para compreender problemas e validar soluções. Na era digital, as ferramentas de monitoramento são indispensáveis, mas não substituem a observação direta das operações. O gestor que combina análises automatizadas com visitas regulares ao genba acessa a visão completa do processo, identifica desperdícios invisíveis aos relatórios e engaja a equipe na busca por melhorias.

Adotar a Indústria 4.0 não significa apenas implementar sensores, sistemas de automação e algoritmos avançados, mas também manter vivo o olhar atento ao ambiente real de trabalho. A integração entre dados e observação empírica garante que as soluções tecnológicas sejam calibradas conforme a dinâmica humana e produtiva da empresa. Desse modo, evitam-se armadilhas da “aparência digital” e constrói-se uma cultura de melhoria contínua ancorada no conhecimento profundo do processo.