
O Brasil enfrenta uma crise na
responsabilidade fiscal, causada pela ineficiência estrutural da gestão
pública, o que compromete a qualidade dos serviços entregues à população e
coloca em risco a sustentabilidade fiscal do Estado.
Nesse sentido, a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF – Lei Complementar nº 101/2000) foi criada para
impor disciplina na administração dos recursos públicos. Porém, sem um modelo
de gestão voltado para a eficiência, resultados concretos e geração de valor, a
lei se torna letra morta.
Hoje, o grande desafio da
gestão pública brasileira não é apenas cortar gastos, mas gastar melhor, com
inteligência, transparência e foco nas reais necessidades do cidadão. Isso
exige mais do que controle contábil, mas também uma mudança de paradigma na forma
de gerir o setor público.
Sendo assim, é urgente a
adoção de técnicas modernas de gestão que combinem eficiência operacional,
avaliação de desempenho e uso racional dos recursos, promovendo a
responsabilidade fiscal de maneira prática e contínua.
Para isso, modelos de gestão
baseados em eficiência, inovação e entrega de valor, amplamente utilizados no
setor privado, precisam ser incorporados com urgência na administração pública.
A definição de indicadores de
performance claros, o monitoramento sistemático de metas, o uso de dados para
embasar decisões e o engajamento das equipes públicas com foco em melhoria
contínua podem ser estratégias essenciais para um Estado que deseja ser
fiscalmente equilibrado e socialmente relevante.
Ao contrário do que se pensa,
a responsabilidade fiscal não se resume a cortar orçamento. Ela passa por
maximizar o valor entregue à sociedade com os recursos disponíveis, eliminando
desperdícios, priorizando investimentos de alto impacto social e garantindo que
cada real público seja bem aplicado.
Contudo, isso só é possível
com uma gestão orientada por processos, resultados e desempenho mensurável. O
resultado são serviços públicos de qualidade, prestados com agilidade,
humanidade e responsabilidade.
Com esse objetivo, faz-se
necessário que o Estado se reinvente, adotando um modelo de gestão que trate o
cidadão como cliente principal e a eficiência como compromisso inegociável.
Essa transformação não é apenas técnica, mas cultural.
Além disso, requer lideranças
públicas preparadas, equipes capacitadas e uma visão clara de que o Estado
existe para servir com excelência e responsabilidade. Portanto, não há mais
espaço para uma gestão pública que apenas “administra” orçamentos. É hora de
gerir com foco em valor, impacto e sustentabilidade fiscal.
A verdadeira responsabilidade
fiscal não está apenas nos limites da lei, mas na capacidade de entregar
resultados reais para quem mais importa: a sociedade.