terça-feira, 8 de julho de 2025

No Fair Play, a Equipe Vence e Aprende Unida.


Em 1 Samuel 16:7 o Senhor alerta Samuel a não se deixar enganar pela aparência ou pela estatura do açoitador: Deus rejeitou Eliabe porque não julga como o homem julga, pois enquanto a avaliação humana se fixa no visível, a divina alcança o âmago do coração. No contexto de um ambiente de engenharia pautado por indicadores de desempenho, prazos e entregas, essa passagem nos convida a resgatar o valor das virtudes que não aparecem em relatórios, mas se refletem na solidez das soluções e na confiança mútua entre equipes.

Em projetos complexos, é comum atribuir protagonismo apenas aos resultados numéricos: produtividade, taxa de rejeição ou cumprimento de cronogramas. No entanto, quando líderes e colaboradores priorizam a ética no desenvolvimento de um produto, o esforço silencioso em refinar processos e a empatia ao conduzir colegas em dificuldades, as bases para uma inovação sustentável se fortalecem. Uma peça bem projetada ou uma linha de montagem eficiente não nascem somente de cálculos precisos, mas do respeito aos compromissos internos e do zelo pelo trabalho bem-feito.

A integridade técnica se manifesta na responsabilidade de validar cada hipótese, de compartilhar imparcialmente dados de testes e de admitir falhas antes que se tornem retrabalho. A justiça materializa-se na distribuição equitativa de tarefas e no reconhecimento de quem contribui para a solução, mesmo que em etapas pouco visíveis. Já o fair play ganha expressão na transparência das decisões e no estímulo à competição saudável, em que a equipe vence ou aprende unida.

Um gestor que valoriza o caráter sabe que resultados isolados podem mascarar vícios de processo ou desconexões culturais. Projetos entregues no prazo, mas baseados em atalhos técnicos ou equipes exaustas, acabam gerando custos ocultos com retrabalho, falhas de campo e desgaste de profissionais. Por outro lado, times que experimentam confiança, apoio e clareza de propósito desenvolvem resiliência para enfrentar imprevistos, colaboram de forma genuína e criam soluções com qualidade superior.

Reconhecer o coração de cada engenheiro é, portanto, tão fundamental quanto aferir métricas de desempenho. Quando estimulamos comportamentos guiados por coragem intelectual, curiosidade sincera e compromisso coletivo, mantemos viva a chama da criatividade e garantimos que cada linha de código, cada desenho e cada peça reflitam não apenas a competência técnica, mas também os valores que sustentam uma engenharia que transforma e perdura.