
A introdução de novos produtos
na linha de produção não apenas amplia o portfólio de modelos, mas impõe um
desafio direto à manutenção da eficiência operacional conquistada até então.
Quando lançamos um NPI, o volume e a variedade de peças começam a testar as
premissas usadas no último Mapeamento do Fluxo de Valor. É nesse momento que se
torna evidente a necessidade de atualizar o VSM, garantindo que ele reflita de
forma fidedigna os tempos de ciclo, as operações envolvidas e as demandas de
capacidade dos equipamentos.
Ao trazer novos componentes,
fases de montagem e parâmetros de qualidade, mudam as dinâmicas de trabalho e
as interdependências entre áreas. Manter o VSM estático após o NPI gera riscos
de descompasso entre o que foi planejado e o que realmente acontece na fábrica.
Sem o redesenho dos fluxos de valor, o processo deixa de capturar gargalos
emergentes, variações de entrega de insumos e oportunidades de paralelismo que
poderiam acelerar a produção.
Atualizar o VSM vai além de um
simples ajuste de planilha: trata-se de uma reinvenção colaborativa dos
roteiros de produção. Engenheiros de processo, operadores e logística caminham
juntos para revisar cada etapa, comparar os tempos de ciclo exigidos pelos
novos modelos e redefinir o balanceamento das estações. Esse diálogo garante
que o mix expandido de produtos não sobrecarregue nenhum ponto da linha nem
provoque desperdícios de mão de obra ou máquinas ociosas.
O aumento da demanda reforça
essa necessidade. É preciso assegurar que o cálculo de capacidade instalada
incorpore as reais taxas de produção dos itens recém-introduzidos. Sem esse
olhar, o sequenciamento de ordens de produção se torna errático, as programações
de compra e abastecimento perdem precisão e a fluidez da logística interna
sofre interrupções que impactam prazos de entrega ao cliente final.
Com o VSM atualizado, ganha-se
uma visão integrada dos fluxos de materiais e de informações que ajudam nas
decisões estratégicas de investimentos, layout fabril e treinamentos de equipe.
Saber exatamente onde estão os gargalos e quanto tempo cada operação demanda
permite planejar expansões de capacidade ou incorporar tecnologias de automação
de forma mais assertiva.
Em um cenário de alta
complexidade produtiva, revisar o Mapeamento do Fluxo de Valor sempre que um
novo produto e uma nova demanda entram em cena deixa de ser uma recomendação
pontual e passa a ser um pilar da estratégia operacional. É esse ciclo contínuo
de atualização que assegura a coerência entre planejamento e execução, otimiza
recursos e mantém a empresa competitiva em mercados cada vez mais ágeis e
exigentes.