terça-feira, 8 de julho de 2025

Relação entre o NPI e o VSM


A introdução de novos produtos na linha de produção não apenas amplia o portfólio de modelos, mas impõe um desafio direto à manutenção da eficiência operacional conquistada até então. Quando lançamos um NPI, o volume e a variedade de peças começam a testar as premissas usadas no último Mapeamento do Fluxo de Valor. É nesse momento que se torna evidente a necessidade de atualizar o VSM, garantindo que ele reflita de forma fidedigna os tempos de ciclo, as operações envolvidas e as demandas de capacidade dos equipamentos.

Ao trazer novos componentes, fases de montagem e parâmetros de qualidade, mudam as dinâmicas de trabalho e as interdependências entre áreas. Manter o VSM estático após o NPI gera riscos de descompasso entre o que foi planejado e o que realmente acontece na fábrica. Sem o redesenho dos fluxos de valor, o processo deixa de capturar gargalos emergentes, variações de entrega de insumos e oportunidades de paralelismo que poderiam acelerar a produção.

Atualizar o VSM vai além de um simples ajuste de planilha: trata-se de uma reinvenção colaborativa dos roteiros de produção. Engenheiros de processo, operadores e logística caminham juntos para revisar cada etapa, comparar os tempos de ciclo exigidos pelos novos modelos e redefinir o balanceamento das estações. Esse diálogo garante que o mix expandido de produtos não sobrecarregue nenhum ponto da linha nem provoque desperdícios de mão de obra ou máquinas ociosas.

O aumento da demanda reforça essa necessidade. É preciso assegurar que o cálculo de capacidade instalada incorpore as reais taxas de produção dos itens recém-introduzidos. Sem esse olhar, o sequenciamento de ordens de produção se torna errático, as programações de compra e abastecimento perdem precisão e a fluidez da logística interna sofre interrupções que impactam prazos de entrega ao cliente final.

Com o VSM atualizado, ganha-se uma visão integrada dos fluxos de materiais e de informações que ajudam nas decisões estratégicas de investimentos, layout fabril e treinamentos de equipe. Saber exatamente onde estão os gargalos e quanto tempo cada operação demanda permite planejar expansões de capacidade ou incorporar tecnologias de automação de forma mais assertiva.

Em um cenário de alta complexidade produtiva, revisar o Mapeamento do Fluxo de Valor sempre que um novo produto e uma nova demanda entram em cena deixa de ser uma recomendação pontual e passa a ser um pilar da estratégia operacional. É esse ciclo contínuo de atualização que assegura a coerência entre planejamento e execução, otimiza recursos e mantém a empresa competitiva em mercados cada vez mais ágeis e exigentes.