terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

As Pessoas como Diferencial Competitivo nas Organizações

 


Se tivéssemos que resumir em uma só palavra o desafio que as organizações enfrentam, que palavra seria essa? Certamente seria a competitividade. É essa a razão principal para que as empresas adotem uma postura de mudanças constantes. Caso contrário, corre-se o risco de ser descartado por um mercado cada vez mais criterioso na escolha de seus parceiros em novos negócios. Vale ressaltar que é condição sine qua non a efetiva participação das pessoas para alcançar os resultados desejados. Portanto, deve-se estabelecer uma ação combinada entre a eficiência e eficácia, no qual a engrenagem principal é o ser humano.

Em uma pesquisa realizada por uma empresa americana chamada Conference Board, contatou-se que os colaboradores das empresas brasileiras produzem uma média de USD 10,8 por hora, enquanto que o Chile, nosso vizinho, produz USD 20,8 por hora. Essa diferença é maior ainda se comparada com os funcionários da Coreia do Sul que produzem uma média de USD 32,3 por hora. Assim, enquanto um brasileiro produz 100 televisores por mês, um coreano produz 300. Em outro exemplo, publicado por uma revista brasileira, revela-se que um único trabalhador americano produz o mesmo que cinco brasileiros. No final, percebe-se que a fórmula da competitividade e da produtividade, depende diretamente das pessoas envolvidas na qualidade do produto, na qualidade da organização e na qualidade dos processos.

Desta forma, conclui-se que a soma das habilidades, da atitude, das competências e do comprometimento de todos é que estabelece uma base sólida para o alcance das metas. É fato que o resultado desejado vem do desempenho orquestrado de todos, no qual uma equipe pode interagir para gerar algo maior do que as pessoas não conseguiriam fazer ou atingir se trabalhando isoladamente. Um sistema pelo qual todas as pessoas, de todos os setores, em todos os níveis, participam dos esforços e atividades visando à melhoria contínua da eficiência e eficácia dos processos e produtos. Consequentemente, menor desperdício, menor custo e maior produtividade.

Outra questão bastante recorrente, e que sempre preocupa os gestores, é a motivação. Nesse ponto, outra revista brasileira realizou uma pesquisa com as 150 melhores empresas para se trabalhar e constatou que a satisfação e a motivação são as principais dimensões que as tornaram vencedoras de destaque no item gestão de pessoas. Os 136.381 funcionários que responderam a pesquisa, afirmaram que o melhor lugar para trabalhar é aquele onde as pessoas conseguem perceber o valor da sua contribuição. Logo, se sentem motivados em trabalhar em determinada empresa. Portanto, saber motivar as pessoas ainda é a força motriz que move os resultados nas organizações. Por outro lado, a realidade subentendida na pesquisa demonstra que há um grande número de organizações que ainda não entenderam que o resultado desejado apenas é obtido por meio de pessoas.

Essa realidade do mundo corporativo nos remete para uma reflexão sobre os sucessivos processos de demissões e reestruturações. Essas situações acabam por “criar” funcionários sem o apreço ao vínculo e à lealdade com as empresas, os quais passam a focar a trajetória profissional de acordo com as suas próprias conveniências. Diante de tais situações, mesmo a mais elaborada estratégia de negócio e o mais moderno aparato tecnológico não conseguem alavancar resultados positivos, sem que haja o engajamento dos colaboradores com as metas das organizações. Portanto, é extremamente necessário que as organizações desenvolvam a consciência de que o engajamento de seus colaboradores para com os objetivos organizacionais representa um diferencial competitivo. É essa a razão principal pela qual as empresas participantes desse tipo de pesquisa se preocupam numa intensidade ascendente, criando um ambiente adequado para que seus colaboradores estejam cada vez mais satisfeitos com a organização que trabalham.

A dica que fica para as empresas é que as pessoas esperam mais que uma remuneração justa pelo trabalho. Na equação de equidade, observa-se que mais que remuneração, elas procuram outros retornos que justifiquem o tempo, a energia e o esforço mental e emocional que dedicam à empresa. A equidade requer que a empresa contribua para satisfazer as necessidades de autoestima, criatividade, crescimento profissional e socialização dos colaboradores na mesma medida em que eles contribuem para o alcance dos objetivos da empresa. Portanto, uma relação profissional onde todos ganham.